“Metá Metá” se condensa e cai em forma de “MetaL MetaL”
Depois da tempestade vem a calmaria. No caso de Kiko Dinucci, Juçara Marçal e Thiago França, aconteceu exatamente o contrário. Após a temperatura amena de uma cadência afro-brasileira no primeiro disco “Metá Metá”, o trio invoca a força dos Orixás tempestuosos e lança “MetaL MetaL”, se entregando de vez a um temporal de influências iorubas.
Como numa dança da chuva, incluíram os tambores de tensão do percussionista Samba Sam, ao lado do baterista Sergio Machado, ritmando com os altos e o baixo de Marcelo Cabral. O resultado é uma mistura de improviso jazzístico com candomblé e de cadência afrosamba com a atitude rock in roll – sem perder a batucada digital da música contemporânea.
Assim como uma “Cobra Rasteira” (faixa número 6 do CD) que anuncia “Nem todo trajeto é reto, nem o mar é regular”, o novo disco também desbrava caminhos tortuosos em relação aos sentimentos que desperta: “Eu jamais falaria o que eu sinto para não induzir o que as pessoas vão sentir. O significado de cada som, cada signo, muda para cada um, todos eles são válidos. Não existe certo ou errado”, sinaliza Thiago França.
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Se em “Metá Metá” já existia o contato com os outros membros da banda em algum momento do show, em “MetaL MetaL” o palco está tão cheio quanto nuvens carregadas em um dia nublado: “é feita para as pessoas dançarem”, justifica Thiago.
Se nas raízes iorubas a dança é sinônimo de ritual, em todas as outras culturas, chuva e tempestade significam a mesma coisa: solo fértil e, principalmente, bons frutos – que você ouve e baixa, na íntegra, no site oficial do projeto.
Enquanto a tempestade não baixa, escute os trovões no link abaixo: