Projeto CCOMA: jazz, música eletrônica e raízes tupiniquins

09/08/2012 16:41 / Atualizado em 18/02/2016 17:13

Música nunca é uma coisa só. E como se não bastassem todas as suas misturas e efervescências contemporâneas, nasce, da união do jazz com a música eletrônica, mais um conceito novo, de novo: o future jazz.

Marcelo CasagrandeA tradição free jazzística com a inovação e possibilidades da música eletrônica
A tradição free jazzística com a inovação e possibilidades da música eletrônica

Representando com veracidade a escola, o Projeto CCOMA é um duo de conterrâneos rio grandenses, formado por Roberto Scopel e Swami Sagara. Juntos, fazem música eletrorgânica envolvendo percussão, o raro hang drum, trompete, berimbaixo (mix de berimbau e baixo), theremin e claricano (clarinete feito com canos de PVC por Scopel).

Embalado pela sonoridade tupiniquim e ritmado pelas malemolências latinas, o disco “Peregrino”, terceiro do duo, ainda perambula por maracatus e partidos-altos, que você ouve e baixa, na íntegra, aqui.

Para reforçar as sonoridades peculiares do álbum, o CCOMA contou com parceiros de alta categoria e afinação, como o recifense Di Melo (O Imorrível), que contribui com seus vocais característicos no afrobeat “Xangô é Rei”, Zeca Baleiro, reverenciando suas raízes sírias em “Cosmopolita”, Luciano Sallun, que toca baglama em “Grand Bazaar”, e o DJ e produtor Moises Matzenbacher, que assina a co-produção do CD.

reproduçãoDois adesivos desenvolvidos por Kinska compõe a identidade visual do disco
Dois adesivos desenvolvidos por Kinska compõe a identidade visual do disco

A ilustração, as cores, e a alma do disco ficaram nas mãos de Kinska Ch, artista visual argentina que vive em Londres e que mostra seu trabalho neste link. O resultado é uma música instrumental-eletrônica-orgânica que se deixa levar e que, por conta disso, rendeu ao grupo a indicação ao Prêmio da Música Brasileira 2012, Melhor Álbum Eletrônico, pelo disco “Incoming Jazz” (2010).

Por essas e outras, vale a pena baixar o CD e se perder em território desconhecido.  Esse, é o verdadeiro motivo da música: misturar para acrescentar, conhecer para preencher e ouvir para escutar.

 

Confira o clipe de “Milonga Para Los Perros”, faixa do álbum