Relatos de uma vida bandida: “50 Anos a Mil”

Por: Catraca Livre

Um dos ícones da rebeldia brasileira da década de 80, Lobão ganha uma biografia “escrita a quatro mãos” por ele em parceria com o jornalista Claudio Tognolli. “50 Anos a Mil” foi considerado o maior livro já escrito sobre um roqueiro brasileiro. Tem 752 páginas e foi lançado pela editora Nova Fronteira.

Leia trecho do livro “50 Anos a Mil

Os dois autores compartilham experiência: acumulam muitos processos na bagagem, gostam de rock’n roll e sabem o poder que a mídia e a justiça têm sobre a imagem das pessoas. E foi assim que começou a parceria que deu vida ao livro. Claudio Tognolli é um dos maiores jornalistas investigativos do país. Lobão sabia que, para que sua biografia fosse real o suficiente, precisaria de alguém que soubesse fazer uma boa pesquisa.

Clique aqui e baixe duas músicas inéditas que compõe a biografia do músico

Tognolli, que tem formação em psicanálise, aproveita a publicação para fazer um “estudo” sobre as aventuras de Lobão, que vai desde parcerias clássicas a trocas de tiros com a polícia e envolvimento com traficantes dentro da cadeia.

Clique na capa abaixo e baixe mais obras de Claudio Tognolli:

Divulgação
Capa de "Balenciaga Torres & os Corações Pelludos"

Entre as diversas situações relatadas no livro, uma das mais chocantes está no início; Lobão narra suas sensações durante o velório de um de seus maiores amigos, o jornalista Júlio Barroso. O músico, que na ocasião estava acompanhado de Cazuza, retrata o desespero de perder seu parceiro e a incerteza que cercava sua carreira. Lobão conta também como se tornou “assessor de imprensa” do Comando Vermelho quando foi preso com porte de droga.

Tognolli recorreu a bancos de dados e fez uma pesquisa massiva em cima de tudo o que já foi publicado sobre o músico para colaborar com a biografia. O resultado é assustador. Denúncias e processos mostram que a imagem negativa e sempre às margens da música brasileira que Lobão ganhou foi fruto de uma “teoria conspiratória” de conteúdos somados ao que a imprensa publicava a seu respeito e documentos judiciais.   Isso fez com que seus atos tomassem formas de efeito dominó. De acordo com o próprio músico, o livro é sua chance de mostrar que não foi nada daquilo. A sua chance de recontar sua própria história.