Som ambulante
Em estúdio para a gravação do segundo CD, os Ambulantes seguem cada vez mais propagando seu reggae itinerante. Formada no bairro do Butantã, zona oeste da cidade de São Paulo, a banda se preocupa não só em tocar, mas sim em integrar e fortalecer a vida cultural da região. “O bairro tem uma tradição cultural forte, as pessoas daqui conhecem os artistas daqui”, fala o guitarrista Luis Massa.
Formado em 2006, o grupo passa por sua segunda formação consolidada no início deste ano com Pedro Moura (baixo), Luis Massa (guitarra), Rodrigo Alves (guitarra), Fabio Salem (bateria), Gabrielle (flauta e vocal), Angélica Vieira (vocal) e Diogo Menezes (sax). “Somos abertos a novas participações, não tem problema integrar”, esclarece o baixista.
Tudo começou com quatro estudantes da USP que se reunirão em casa para fazer um som experimental. Pedro, Luis, Renato e Acauã se conheceram na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e a partir daí usaram seus conhecimentos em História para compor letras que retratam a situação de opressão que as classes sociais mais baixas sofreram e sofrem até hoje no Brasil.
O nome Ambulantes faz referência aos vendedores camelôs que durante toda a nossa história são perseguidos por estarem a margem do comércio regularizado. Ao mesmo tempo, faz alusão ao som e a arte que sai por ai percorrendo ruas e terras que estiverem com as portas abertas para recebê-los. “Nossa música não está parada, são como nossas idéias ambulantes”, ressalta Pedro.
A escolha pelo reggae se dá justamente por ser um som de resistência. “A gente não busca um jeito clichê de fazer reggae. Queremos atingir as pessoas pelas letras. Quanto ao som misturamos ska, dub, rock, todos os sons permeados pelo reggae”, explica Gabrielle.
Neste segundo trabalho temas como as dificuldades encontradas nas periferias e a exploração infantil farão parte das faixas do CD, ainda sem nome. Uma provinha desse novo som pode ser conferido no show que os Ambulantes faz nesta sexta-feira, dia 18 de junho, no Espaço Urucum, às 23h.
Ambulantes e os Coletivos
“A vida das pessoas devem ser mais produtivas e menos competitivas”, diz o guitarrista Luis Massa. Partindo desse principio, os Ambulantes também organizam festas e integram ações culturais na região do Butantã, como o Butandub e o Movimento Som Muzum.
http://www.youtube.com/watch?v=sHxIEnV–84