Uma rapidinha na internet: Um pornô por segundo

15/03/2012 13:45 / Atualizado em 04/05/2020 11:00

Ana inspira-se em Pipilotti Rist, no fotógrafo Ryan McGinley, Saga Sig, Egon Schiele e Frida Kalo
Ana inspira-se em Pipilotti Rist, no fotógrafo Ryan McGinley, Saga Sig, Egon Schiele e Frida Kalo

O nu e o erótico. Qual é a distância que separa o objeto de arte do objeto de desejo? Apenas um segundo. Para afastar o corpo da mulher desse sensível paradigma do culto ao sexo, Ana Carolina Cherubini fez uso tão somente de sua sensibilidade.

Um porn por segundo” foi o nome que batizou seu Tumblr por abrigar gifts animados que têm como referência corpos femininos nus. Não para aqui.

As curvas ganham formas e, partir de elementos estranhos ao universo sexual – como máscaras de homem e Mickey Mouse (isso mesmo) -, adentramos no mundo divertido do bizarro, que você confere aqui.

Laboratório de experimentações artísticas imagéticas corporais 

Ana optou pelos gifts por conta da sua filosofia sobre internet. Depois de unir sexo e repulsa em sua arte, fez uso da alta tecnologia permitida pela rede para explorar o formato arcaico da imagem: “É meio que um vintage digital”.

Seu processo criativo segue a mesma ideia. “Gosto de usar o que tem na mão: seja um lápis, uma câmera digital ou ainda uma câmera de celular”, conta.

A ideia do corpo nu sempre a atraiu, desde os tempos de faculdade em que fazia Moda na Santa Marcelina. Foi lá também que um professor atentou-a sobre a dificuldade de fazer com que as pessoas não confundissem nudez com erotismo.

A única saída era o território desconhecido. “Eu tirei o corpo da forma comum de corpo, fazendo mutações ou ainda deformações”, explica. Tal atitude pode ser considerada um avanço muito grande em relação aos tempos anteriores, em que tudo na mulher era praticamente coberto e seu meio de expressão mais sensual eram os pés e as mãos – por serem as únicas partes do corpo à mostra.

Na tentativa de distanciar o corpo da mulher de sua simbologia erótica – construída por tanto anos -, Ana talvez não tivesse ideia que o estava aproximando, merecidamente, do universo artístico.