Veja vantagens e desvantagens de ser um desenhista de quadrinhos!
Muita gente sonha em trabalhar com quadrinhos, mas poucos pensam que nem tudo é um paraíso na profissão. O Catraca Livre perguntou o bom e o ruim desse trabalho aos quadrinistas Vitor Cafaggi (Autor de Turma da Mônica: Laços e Turma da Mônica: Lições), Ivan Reis (Artista exclusivo da DC Comics) e Marcelo Maiolo (Colorista atuando na DC Comics, Marvel Comics e Aftershock Comics).
Esses artistas estarão presentes na CCXP Comic Con Experience no final do ano em São Paulo. Além deles, também foi anunciada a presença dos quadrinistas Alan Davis, Mark Farmer e Frank Quitely. Alan Davis é conhecido por ilustrar as histórias do Capitão Britânia, escritas por Alan Moore no inícios dos anos 1980. O arte-finalista Mark Farmer é vencedor do Eagle Awards e fez nos anos 1980 a arte final de uma história do Lanterna Verde por Dave Gibbons. Já Frank Quitely é colaborador frequente de Grant Morrison, em títulos como Novos X-Men, We3, All-Star Superman e Batman & Robin.
Veja abaixo as opiniões de Vitor Cafaggi , Ivan Reis e Marcelo Maiolo sobre o bom e o ruim da profissão de quadrinista:
Vantagens:
1. Os fãs – “Estar nos eventos e encontrar com meus leitores é o meu maior combustível,” diz Vitor Cafaggi. O contato direto com os fãs também é uma das melhores partes segundo Marcelo Maiolo.
2. Faça o seu horário – Ter o horário flexível é apontado como um dos melhores aspectos tanto por Ivan Reis e Marcelo Maiolo.
3. Conhecer os ídolos – “Uma das coisas coisas mais legais, pra mim, é conhecer outros profissionais de quadrinhos,” diz Vitor Cafaggi. “Descobrir que um artista que você admirou a vida inteira gosta do seu trabalho é uma das maiores recompensas”.
4. Trabalhar de casa – Ivan Reis e Marcelo Maiolo também falam do benefício de trabalhar em casa. “Não é preciso encarar o trânsito todos os dias e tem café e biscoitos disponíveis na cozinha o dia inteiro,” aponta Reis.
5. Viajar – Fortaleza, Salvador, João Pessoa, Recife, Porto Alegre, Canoas, Curitiba, Santa Maria, Bauru, Sorocaba… são alguns lugares que eu conheci por causa dos meus quadrinhos,” diz Vitor Cafaggi.
6. Liberdade – “É muito bom ter a Liberdade para contar qualquer história num custo baixo,” diz Marcelo Maiolo.
7. Paixão – “Trabalhar num mercado no qual boa parte das pessoas é apaixonada pelo trabalho,” aponta Marcelo Maiolo.
8. Trabalhar com arte – “É incrível trabalhar num ramo de entretenimento que traga reflexão e alegria às pessoas,” aponta Marcelo Maiolo.
9. Estar perto de quem ama – “Uma das vantagens de trabalhar em casa é esse, mais tempo com a patroa,” diz Ivan Reis.
10. Mesmo: os fãs! – “Meu leitores já me levaram chocolate, sanduíche, empada, fanarts, biscoito doce, biscoito salgado,” diz Vitor Cafaggi. “Eles são demais.”
Desvantagens:
1. É trabalho – “Tem hora que você vai tá cansado, tem hora que você não vai ter um pingo de inspiração,” diz Vitor Cafaggi. “É trabalho e você tem que fazer.”
2. É MUITO trabalho – “Fazer uma história em quadrinhos, que muitas vezes será lida em dez minutos, vai demorar meses pra ser feita,” aponta Victor Cafaggi.
3. Prazos apertados – “O serviço é sempre pra ontem,” conta Ivan Reis, e Marcelo Maiolo se une ao coro: “Os prazos geralmente são apertados”.
4. O trabalho além – “O quadrinista brasileiro, no geral, tem que ser editor, transportador e vendedor também,” diz Vitor Cafaggi.
5. Público pequeno – “Pouca gente vai ver o seu trabalho,” diz Vitor Cafaggi. “Tirando as HQs da Turma da Mônica, o público que lê quadrinhos no Brasil é muito pequeno.”
6. Disciplina – “É difícil manter a disciplina no trabalho,” diz Ivan Reis. “Mas sem ela o trabalho não acontece”.
7. Reclusão – Ivan Reis e Marcelo Maiolo apontam a reclusão como algo negativo em trabalhar em casa nos quadrinhos. “Se bem que do jeito que tá é melhor evitar o mundo mesmo,” completa Ivan.
8. Modificações – “Alterações no trabalho já feito são horríveis,” diz Marcelo Maiolo.
9. Valor baixo – “Se comparado a outros trabalhos de ilustração, o valor ganho é baixo,” lembra Marcelo Maiolo.
10. Sem garantias – “Não tem férias, décimo terceiro, fundo de garantia, etc,” diz Ivan Reis. “E feriados e fins de semana não fazem sentido.”