Você lavaria sua roupa na casa de um desconhecido?
Serviço usa camaradagem para conectar pessoas que não têm máquina de lavar roupas em casa a pessoas que disponibilizam suas lavanderias para estranhos
O publicitário Gilherme Pupo está prestes a se mudar da casa dos pais. E uma das decisões importantes que ele vai tomar é ter ou não uma máquina de lavar. Mas e se, em vez de comprar uma, ele pudesse contar com a camaradagem de outra pessoa?
Foi com essa ideia que ele criou, em parceria com o colega publicitário Marcos Araújo, o “Lava em Casa”, projeto em que pessoas que têm lavanderias em suas casas podem compartilhá-las com pessoas que não têm.
“O princípio básico é que ‘gentileza gera gentileza’”, explica Pupo. “Mas também nos inspiramos no conceito de ‘economia de compartilhamento’, em que um indivíduo prefere dividir em vez de comprar algum bem. Um tipo de ‘consumo colaborativo’.”
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A ideia do projeto é que estudantes, pessoas que alugam quartos e interessados em geral possam ter uma forma de lavar suas roupas sem terem que recorrer a lavanderias comerciais ou à casa dos pais. “Se alguém que mora próximo da minha casa estiver disposto a dividir a lavanderia comigo, não existe a necessidade de gastar dinheiro com um novo eletrodoméstico ou com o gasto de água e energia”, diz o publicitário.
Como funciona
Pupo explica que o compartilhamento segue o modelo “sua lavanderia, suas regras”, em que quem define os termos da relação (pagamento, contato, regras) é o próprio anunciante. “Tem gente que cobra um valor mínimo para ajudar com os custos de energia elétrica ou utilização da água, tem gente que só pede que avise com antecedência, e por aí vai”, conta.
Os provedores de lavanderias são publicados em um tumblr criado para ser uma espécie de quadro de recados. Na página, eles fornecem algumas informações para quem está à procura do serviço. Os interessados em participar devem enviar um e-mail para [email protected].
Mas existe demanda para isso?
Quem compartilharia sua máquina com um desconhecido? Para conhecer seu público, os criadores fizeram uma pesquisa com pessoas que moram em repúblicas ou sozinhas. Cerca de 40% dos participantes afirmaram que ficariam desconfortáveis em lavar sua roupa na casa de estranhos ou em ceder sua máquina para desconhecidos.
Mas o fato que motivou a criação do projeto foi que mais da metade das pessoas (cerca de 60%) se mostraram favoráveis ao serviço, desde que existissem regras ou que o preço fosse camarada. “De início já encontramos quatro participantes, um procurando uma lavanderia e três oferecendo”, conta Pupo.
A ideia agora é desenvolver a ferramenta. “Quem sabe no futuro não transformamos o Lava em Casa em uma espécie de Tinder onde as pessoas podem dar like uma nas outras e encontrar o seu par ideal?”, brinca o publicitário.