Bolsonaro desmente 12 testemunhas de sua conversa telefônica

O Canal Meio destacou nesta quarta-feira, 15, o desmentido do presidente Jair Bolsonaro sobre a conversa telefônica que teve na frente de parlamentares recuando sobre o bloqueio de dinheiro das universidades.

É apenas um detalhe da crise armada no País por causa da educação.

A contar pelo que dizem 12 parlamentares, entre eles os líderes de Patriota, Novo, Cidadania (ex-PPS), PSL e PSC,  Bolsonaro pegou o telefone nesta terça, 14, ligou para o ministro da Educação Abraham Weintraub e mandou suspender o corte de verbas das universidades.

O presidente o fez e, mal tendo-o feito, viu entrar irritado na sala o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni — momento no qual os parlamentares deixaram o gabinete presidencial. É o que eles contam. O presidente não fala nada. Weintraub nega que a conversa tenha sequer acontecido.

Após o ocorrido, a Casa Civil soltou nota seca: “Não procede a informação de que haverá cancelamento do contingenciamento no MEC”. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, afirmou que a história não passa de boato, de acordo com O Globo.

Segundo o site Poder 360, neste momento há bem mais do que um parlamentar irritado com o presidente na Câmara. A lista começa com o Delegado Waldir, líder do PSL.

Sabatina

“Não vou admitir, sendo aliado do governo, ser chamado ao Palácio do Planalto para tratar de uma questão séria como essa, presenciar o presidente da República pegar um celular, ligar para um ministro na presença de vários líderes partidários […] Com todas as letras o presidente disse ‘a partir de agora, o corte está suspenso’”, afirmou o deputado Capitão Wagner (Pros-CE), conforme vídeo veiculado no UOL.

“Se o governo não sustenta o que o presidente disse na presença de 12 parlamentares, não sou eu que vou estar por mentiroso perante a nação, perante a imprensa, não. O governo está demonstrando mais uma vez que está batendo cabeça. Como é que o líder do governo na Câmara estava presente, o líder do PSL, e aí vem a líder do governo no Congresso e diz que era boato? Quem foi que criou o boato? Com todo respeito que tenho ao presidente, não admito ser chamado de mentiroso”, continuou o parlamentar.

Não foi em um dia tranquilo que a confusão explodiu. Mais cedo, a Câmara convocou Weintraub para que prestasse esclarecimentos nesta quarta, ao plenário, sobre quais exatamente são seus critérios para definir os bloqueios orçamentários, conforme publicado no G1.

Votaram pela sabatina 307 deputados, e apenas 82 defenderam o governo. Já havia uma sessão marcada para recebê-lo. A decisão de impor o que já ocorreria, além de ampliar a conversa para incluir todos os deputados, dá o tom do ânimo da Câmara. E o clima, que já era desfavorável, azedou muito.