Bolsonaro proíbe EBC de usar termos ‘ditadura militar’ e ‘golpe’
Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu à Presidência, a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) tem se referido à ditadura militar como “regime militar” e até “período militar”. Nada sobre “ditadura militar” ou “golpe”.
À revista “Época”, funcionários da empresa pública de comunicação –responsável pela Agência Brasil, TV Brasil e Rádio Naciona– relatam que tiveram textos modificados antes de serem publicados.
“Meu chefe falou: ‘Temos que dar o texto que a diretoria de Jornalismo aprovou”, afirma uma servidora de uma TV da empresa sobre uma reportagem em que Bolsonaro comentava a ordem de comemorar o aniversário do golpe de 1964. No texto, foi usado o termo “regime militar”.
Sob anonimato, “repórteres que cobriram manifestações contra o aniversário do golpe também afirmam que tiveram o material modificado pela chefia da empresa, o que é incomum”.
Desde a polêmica sobre a ordem de Bolsonaro para os quartéis comemorarem o 31 de março de 1964, a Agência Brasil, segundo a “Época”, não usou nenhuma vez “ditadura” ou “golpe” no texto direto dos repórteres, isto é, fora de fala de terceiros.
Nesta quarta-feira (10), Bolsonaro nomeou o coronel do Exército Roni Baksys Pinto para de cargo de diretor-geral da EBC.