Bolsonaro usa Fake News para linchar jornalista do Estadão
Nem mesmo depois de eleito, o presidente Jair Bolsonaro deixa de compartilhar Fake News em suas redes sociais. E como sempre, é desmentido por internautas.
Desta vez o alvo de Bolsonaro foi a jornalista Constança Rezende, do “Estadão”.
Na noite deste domingo (10), o presidente republicou no Twitter um texto do site Terça Livre (pró-Bolsonaro) que falsamente atribui à repórter a declaração “a intenção é arruinar Flávio Bolsonaro e o governo”, se referindo a cobertura jornalística sobre o caso de Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flavio, senador e filho do presidente.
Com base nesta noticia falsa sobre Constanza, aliados de Bolsonaro organizaram no Twitter uma série de postagens nas quais acusam o jornal de “mentir” na cobertura do caso Flávio Bolsonaro.
O presidente entrou na onda e disse no seu Twitter, “Constança Rezende, do ‘O Estado de SP’ diz querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o Impeachment do Presidente Jair Bolsonaro. Ela é filha de Chico Otavio, profissional do ‘O Globo’. Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos.”
Constança Rezende, do "O Estado de SP" diz querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o Impeachment do Presidente Jair Bolsonaro. Ela é filha de Chico Otavio, profissional do "O Globo". Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos. pic.twitter.com/1iskN3Az2F
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 10, 2019
De acordo com o jornal, declaração de Constança Rezende foi tirada de seu contexto original e emplacada pelo Terça Livre como um complô contra o presidente. As aspas que aparecem no título do texto do site bolsonarista foram dadas ao portal em “denúncia” de um jornalista francês, em uma conversa gravada com a jornalista. Na gravação do diálogo, porém, Constança não fala em “intenção” de arruinar o governo ou o presidente.
“A conversa, em inglês, tem frases truncadas e com pausas. Apenas trechos selecionados foram divulgados. Em determinado momento, a repórter avalia que ‘o caso pode comprometer’ e ‘está arruinando Bolsonaro’, mas não relaciona seu trabalho a nenhuma intenção nesse sentido” afirmou “Estadão”.