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Bruna Surfistinha: me chame de puta, não me chame de bolsominion

Com apenas uma frase, Bruna Surfistinha consegue virar uma estrela nas redes sociais.

Rachel Pacheco resolveu usar seu papel de prostituta do passado para mostrar sua indignação política.

Ela criticou não só o governo e seus apoiadores.
“Me chame de puta, mas não me chame de ‘bolsominion’, pelo amooor de Deus!”, escreveu ela no Twitter.
O post rapidamente 29 mil likes e 8 mil retweets d autora do best-seller “O Doce Veneno do Escorpião — O Diário de uma Garota de Programa”, que também deu origem ao filme “Bruna Surfistinha” nos cinemas.

É mais um sinal dos problemas de Bolsonaro nas redes.

O que serviu para eleger não está servindo para governar.
Pelo contrário: está prejudicando.
As redes sociais viraram um grande inimigo de Bolsonaro.
Nas eleições, foram seu maior aliado.
Existem índices que medem a aprovação e rejeição de pessoas e instituições a partir dos comentários nas redes.
Um deles é feito pela empresa Arquimedes, que vende seus serviços para grandes empresas e mercado financeiro.
Nesse índice, o apoio a Bolsonaro e à reforma da previdência caiu 30 pontos.

Informação da Mônica Bergamo, da Folha:

Aumentaram o mau humor em relação ao governo a notícia da liberação de R$ 1 bilhão em emendas para congressistas, os ataques de Jair Bolsonaro a uma jornalista, a prisão de milicianos acusados de matar a vereadora Marielle Franco —e especialmente a proposta de previdência dos militares.

Soma-se a esse notícia da Folha a pesquisa Ibope, lançada na semana passada/

Raras vezes se viu no Brasil um presidente perder tanto prestígio em tão pouco tempo.
Um de cada três brasileiros de classe média que consideravam o governo ótimo ou bom mudou de ideia. Em janeiro, Bolsonaro tinha apoio de 53% na faixa de renda de 2 a 5 salários mínimos. Agora, são 35%. Na fatia mais pobre da população, o índice caiu de 41% para 29%.
A desidratação é relevante porque esses grupos são numerosos (só 8% da população pesquisada recebe mais de 5 salários) e ajudaram Bolsonaro a expandir seu eleitorado para chegar à Presidência. Os mais ricos aderiram cedo à campanha do então deputado. Ele só conquistou maioria ao cativar outros segmentos.
Bolsonaro não tem apoio sólido do Congresso, é visto com crescente desconfiança pelos meios de comunicação e não conta com a confiança, devido ao seu temperamento, dos empresários.
A fase de desgastes de verdade ainda não começou.
Começa de fato agora com a reforma das aposentadorias.
Já seria difícil para qualquer presidente.
Ainda mais para um governo que produz suas próprias crises – e com a ajuda da família.