Cientistas pedem proteção ambiental para comércio com Brasil
Um grupo de 602 cientistas publicou uma carta na prestigiada revista “Science” pedindo que a União Europeia condicione o comércio com o Brasil à cumprimento de compromissos ambientais.
A região é o segundo maior parceiro comercial do Brasil.
No manifesto, o grupo pede também que sejam respeitados os direitos humanos, que o rastreamento da origem dos produtos seja aperfeiçoado e que seja implementado um processo participativo que ateste a preocupação ambiental da produção – com a inclusão de cientistas, formuladores de políticas públicas, comunidades locais e povos indígenas.
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“Exortamos a União Europeia a fazer negociações comerciais com o Brasil sob as condições: a defesa da Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas; a melhora dos procedimentos para rastrear commodities no que concerne ao desmatamento e aos conflitos indígenas; e a consulta e obtenção do consentimento de povos indígenas e comunidades locais para definir estrita, social e ambientalmente os critérios para as commodities negociadas”, diz a carta veiculada no periódico científico.
O texto é assinado por cientistas de todos os 28 países-membros da UE. De acordo com a BBC, o teor da carta ecoa preocupações da Comissão Europeia, que há cerca de quatro anos vem estudando como suas relações comerciais impactam o clima mundial.
A pressão ocorre justamente na semana em que o comando do ICMBio (Instituto Chico Mendes) renunciou por discordar da decisão do Ministério do Meio Ambiente de juntar órgão com Ibama. O temor é de que a fiscalização de abusos diminua muito.