Dimenstein: a estranha aproximação do PT com o guru de Bolsonaro

Nas conversas reservadas de dirigentes do PT, há um consenso: o filósofo Olavo de Carvalho, guru da família Bolsonaro, é um aliado involuntário do partido.
Isso porque ele ajudaria a dar munição à oposição.
Comenta-se que Lula até teria brincado chamando-o de “companheiro Olavo de Carvalho”.
Fernando Haddad disse reservadamente que o filósofo prejudica mais o governo do que toda a oposição.
Para os petistas, quanto mais força Olavo de Carvalho tiver, melhor.
Estranho. Mas faz sentido.
Olavo de Carvalho é responsável pela indicação de Ricardo Vélez para o ministério da Educação.
Vélez virou uma unanimidade nacional ao enviar email pedido às escolas leitura de uma mensagem com um slogan do Governo Bolsonaro.
Desmonta o governo em seu principal ataque à educação do PT: o de que haveria doutrinação promovida pelas esquerdas.
Afinal, a carta é prova de doutrinação da direita.
O ministro chocou a nação e apanhou até da Escola Sem Partido.

Na visão dos petistas, os duros ataques do filósofo aos generais Heleno e Mourão ajudam a minar a base militar do governo.
Olavo é visto com um mensageiro extraoficial da família Bolsonaro.
Ele chegou a chamar Mourão de “charlatão desprezível”.

Outra indicação de Olavo causa transtornos entre os militares e empresários: Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores.
Os militares fizeram uma intervenção branca no Ministério das Relações, acusando o ministro de colocar em risco a segurança do Brasil na questão da Venezuela.
Prova disso é que o general Mourão assumiu o comando.
Apavora aos empresários a visão de Ernesto Araújo sobre a China e questões ambientais, que podem custar bilhões de dólares perdidos em exportações.