Dimenstein: a incrível Bolsa-Família da família Bolsonaro

Presidente disse que está no 'radar' dele colocar o filho Eduardo na chefia da chancelaria em Washington

12/07/2019 07:20 / Atualizado em 11/09/2019 12:11

Mesmo sem ter experiência, Eduardo Bolsonaro é, agora, cogitado por seu pai para ocupar o principal cargo diplomático no exterior: a embaixada em Washington (EUA).

Esse é apenas um detalhe de um fato: Bolsonaro criou a melhor Bolsa-Família para sua família, usando cargos públicos.

Chegou até a ter como funcionário fantasma em seu gabinete o filho Flávio, agora senador.

Bolsonaro disse que está no ‘radar’ dele colocar o filho Eduardo na chefia da chancelaria em Washington
Bolsonaro disse que está no ‘radar’ dele colocar o filho Eduardo na chefia da chancelaria em Washington - Reprodução

Primo dos filhos do presidente, Leo Índio ganhou um cargo de confiança no Senado. Leonardo Rodrigues de Jesus —mais conhecido como Leo Índio assessor parlamentar do senador Chico Rodrigues (DEM-RR). Salário: R$ 23 mil mensais.

Graças a Bolsonaro, foram eleitos três filhos para vereador, deputado e senador –além, no passado, a própria mulher.

Quando se desgostou do comportamento da ex-mulher na Câmara dos Vereadores, ele fez o filho Carlos disputar com a própria mãe –e venceu.

Da lista dos 95 nomes cujos sigilos fiscais e bancários foram quebrados pela Justiça do Rio de Janeiro, 13 são parentes do presidente Jair Bolsonaro.

Parentes de Bolsonaro ocuparam cargos no gabinete do próprio presidente e dos filhos Flávio e Carlos
Parentes de Bolsonaro ocuparam cargos no gabinete do próprio presidente e dos filhos Flávio e Carlos - Alan Santos/PR

No documento, segundo a reportagem, constam os nomes de nove parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro e mãe de seu filho mais novo, Jair Renan. Além dos nove, outros três parentes de Ana Cristina ocuparam cargos no gabinete de Jair.

A própria Ana Cristina foi nomeada por Carlos Bolsonaro em seu gabinete na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. As 13 contratações podem configurar nepotismo.

Para completar, lembremos o reconhecimento do ex-motorista Fabrício Queiroz de que parte do salário dos funcionários ia para ajudar “politicamente” Flávio Bolsonaro.

O próprio Bolsonaro tem uma boa renda pública: aos 33 anos saiu do Exército, com uma renda em torno de R$ 10 mil mensais. Agora tem direito também a aposentadoria como deputado e, depois, como presidente.