Dimenstein: a melhor homenagem a Bolsonaro no Dia da Mentira
Jair Bolsonaro tem se notabilizado em disseminar, com apoio de uma rede orquestrada, Fake News.
Na semana passada, inventou que demitiu a presidente da Embratur por causa de um jantar de R$ 290. Mentira.
Disseminou a mentira de que o Estadão apenas investiga corrupção para destruí-lo, usando uma entrevista distorcida a partir de um site ( Terça Livre).
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Tentou disseminar a mentira de que a facada de Adélio Bispo seria obra da esquerda – seus aliados chegaram a atribuir a armação a Jean Wyllys.
Segundo ele, não houve censura à imprensa durante o regime militar.
O Programa Mais Médicos era uma fachada para infiltração de agentes cubanos no Brasil.
São tantas as mentiras e distorções que sites de checagem criaram um mentirômetro com atualização diária sobre o Governo Bolsonaro.
Natural que, com essa visão, ele nos acuse de ser ” inimigos do povo”.
E que nossas críticas são movidas pela busca de “mamata”
Na verdade, somos inimigos de quem usa o poder contra o povo, mentindo, enganando, corrompendo.
.A homenagem nesse Dia da Mentira é o trabalho que os jornalistas estão fazendo para minar a rede de Fake News.
No domingo, O Globo, revelou as milícias digitais associadas a Jair Bolsonaro.
Apoiados por sistemas avançados de tecnologia da informação, jornalistas estão mostrando como lidar com a manipulação nas redes sociais.
É uma aliança do jornalismo com os robôs criados por inteligência artificial.
A imprensa está aprendendo a lidar com esses esquemas, afinal são novos.
A Folha já tinha denunciado como redes de WhatsApp foram usadas clandestinamente para impulsionar, usando Fake News, a candidatura Bolsonaro.
Denúncias na imprensa também fizeram o Facebook tirar contas associadas a perfis que disseminavam ódio e desinformação.
Agora, jornalistas do O Globo expuseram mais detalhes sobre esses esquemas secretos – e obrigaram o Twitter a tirar contas do ar.
Já é possível, usando robôs, rastrear com precisão como se processa, nas redes, a onda de ataques.
Foi o que o Globo fez com a ajuda do Laboratório de Estudos e Imagem de Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Chegou-se a esse perfil abaixo como difusor de Fake News. Entre as vítimas, o jornal O Estado de S. Paulo.
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<em>Entre os 4 milhões de seguidores do presidente Jair Bolsonaro no Twitter , o perfil @gomes28774783 chama a atenção. Sua atuação na rede social se restringe quase exclusivamente à defesa de assuntos de interesse do governo. Ele já chegou a fazer 16 tuítes em um minuto. Do dia 9 ao 27 deste mês, foi responsável por 3.170 publicações, o que dá uma média de uma a cada dez minutos.</em>
Esse perfil fez parte dos ataques ao Estadão, com base em uma Fake News disseminada por Bolsonaro contra o Estadão, a partir de um post do site Terça Livre, editado por Allan dos Santos – um discípulo de Olavo de Carvalho.
Mais dois assuntos que mereceram uma operação especial: nomeação Ilona Szabó para um conselho do Ministério da Justiça, e na defesa da atuação de Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos.
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O Estadão já tinha mostrado o mapa das milícias digitais.
A Fake News disseminada pelo site Terça Livre, editado por Allan dos Santos, contra a repórter Constança Rezende do jornal O Estado de S. Paulo acabou se transformando em uma bomba contra as milícias digitais ligadas a Jair Bolsonaro.
Allan disseminou a mentira de que teria dito que o único objetivo de o Estadão revelar as contas secretas de Flávio Bolsonaro, via seu motorista Fabrício Queiroz, seria arruinar o presidente.
Depois dessa Fake News, a vida da jornalista virou um inferno, atacada e ameaçada de várias lados pelas redes sociais.
O repórter José Fucs, do Estadão, investigou as ramificações das milícias digitais e suas conexões com a família Bolsonaro e Olavo de Carvalho.
Aí se vê o caminho das ofensas contra jornalistas, políticos e até ministros como Ricardo Vélez e Sérgio Moro, o ex-ministro Gustavo Bebianno ou o vice Hamilton Mourão.
Nas eleições, até o MBL, grupo de direita, esteve da mira das milícias.
A máquina funcionou a pleno vapor nas eleições, não se limitando atacar a esquerda.
Mas adversários de Bolsonaro à direita como Flávio Rocha, João Amoedo e Geraldo Alckmin.
Neste momento, o STF mandou investigar a rede na internet responsável por ataques e ameaças a seus ministros.
Bolsonaro, seus filhos e alguns assessores palacianos e parlamentares envolvem-se diretamente nos ataques. E, por ora, de acordo com as informações disponíveis, sites e páginas como o Terça Livre, Isentões e Senso Incomum, que agem como se estivessem numa “guerra santa” contra infiéis, não estão recebendo recursos públicos para financiar suas atividades.
Na linha de frente dos ataques aos adversários e críticos de Bolsonaro e de Olavo figuram dois filhos do presidente – o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), responsável pela bem-sucedida campanha do pai nas redes e ainda hoje o principal administrador de suas páginas e perfis pessoais, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o mais ideológico da família e o mais ligado a Olavo. Ao lado deles, instalados no Palácio do Planalto, destacam-se o assessor internacional da Presidência, Filipe G. Martins, e os assessores presidenciais José Matheus Sales Gomes – criador dos sites Bolsonaro Zuero e Bolsonaro Opressor 2.0 na campanha e considerado o “gênio” das redes do presidente – , e Tercio Arnaud Tomaz, ambos ex-funcionários do gabinete de Carlos, na Câmara Municipal do Rio.
O jornalista José Fucs fez um mapa das ramificações das milícias digitais.
Os analistas que conhecem de perto o grupo mais próximo de Bolsonaro afirmam que Filipe Martins, um pupilo fervoroso de Olavo que foi introduzido no círculo bolsonarista pelas mãos de Eduardo, é quem está por trás de muitos ataques aos adversários e críticos do “professor” e do presidente. Eles dizem reconhecer o inconfundível estilo “jacobino” de Martins em vários dos ataques desfraldados por Olavo nos últimos tempos.
Quem conhece bem a forma de atuação do grupo afirma também que Olavo está sendo “brifado” em vários de seus posts por Martins e outros olavetes que ganharam cargos oficiais no atual governo e usado por eles para desferir ataques em todas as direções. Assim, Olavo dá a sua contribuição para preservar seus discípulos do desgaste inevitável que teriam se fizessem, eles mesmos, as publicações mais agressivas.