Dimenstein: a relação doentia de Bolsonaro e seu filho Carlos
Nessa relação doentia, Bolsonaro não percebe que o pior prejudicado é ele próprio.
O texto acima é mais um sinal da relação doentia entre Jair Bolsonaro e seu filho Carlos.
Está óbvio no post uma crítica ao processo democrático.
Ele chega a externar a suspeita de que, com democracia, talvez nenhuma mudança ocorra.
A reação, óbvia, foi gigante. Até porque o histórico familiar não é de defesa da democracia.
Pelo contrário: eles defendem a censura, a tortura, a ditadura.
O texto, em essência, demoniza a democracia.
Ao sair do hospital, Bolsonaro defendeu o filho –o que só revela que Carlos pode fazer o que quiser e quando quiser.
“É uma opinião dele, e ele tem razão. Se fosse em Cuba ou na Coreia do Norte, já não teriam aprovado tudo quanto é reforma sem Parlamento? Demora, porque tem a discussão. Isso é natural, porque tem muita gente que nos pressiona como se tivesse poder de influenciar o Parlamento. Não tenho esse poder e nem quero ter esse poder em nome da democracia. Ele até falou o óbvio. Eu, se estivesse estudando português no meu tempo de garoto, ia falar que essa é uma figura de linguagem conhecida como pleonasmo abusivo, como o leite é branco, o café é preto, e o gelo é gelado. Não devia ter essa repercussão toda. Teve porque é meu filho. Se fosse qualquer outra pessoa, não teria problema nenhum”.
Bolsonaro fez de seu filho um porta-voz informal da presidência da República – mesmo que ele seja apenas um vereador do Rio.
O presidente é incapaz de diferenciar questões familiares dos interesses públicos.
Indicou o filho Eduardo para embaixador nos Estados Unidos, oferecendo dinheiro público para aprovação no Senado.
Mexeu na Polícia Federal, Coaf e Polícia Federal para proteger o filho Flávio.
Nessa relação doentia, Bolsonaro não percebe que o pior prejudicado é ele próprio.
Mas sempre terá alguém para levar a culpa: a imprensa, por exemplo.
Ou o processo democrático.
Basta ver que o que anda fazendo e falando o ideólogo da família: Olavo de Carvalho.
“A classe jornalística é o grande inimigo do Brasil, porque ela está identificada com o Foro de SP, trabalha para o Foro de SP”, disse.
Ou seja, Estadão, Globo, Folha, Veja –todos conservadores– estariam a serviço do comunismo.