Dimenstein: é injusta a punição à negra com tatoo do Bolsonaro

22/02/2019 18:28 / Atualizado em 25/02/2019 18:41

Erika Canela foi impedida de desfilar pela Unidos de Vila Maria por portar tatuagem em homenagem ao presidente Jair Bolsonaro
Erika Canela foi impedida de desfilar pela Unidos de Vila Maria por portar tatuagem em homenagem ao presidente Jair Bolsonaro - Reprodução/Instagram@erikacanelaoficial

Como os leitores sabem, não gosto de Bolsonaro.

Digo e repito: considero-o um misto de mediocridade, arrogância e ignorância.

Para quem não sabe, Catraca Livre lançou sozinho a campanha do #BolsonaroNão, inspiração do #EleNão.

Os motivos que me fazem não gostar dele, com sua aversão à diversidade e tolerância, é o que me leva a defender a negra que foi linchada nas redes por estar com uma tatuagem de Bolsonaro.

A musa da escola de samba Unidos de Vila Maria, Erika Canela,  de 27 anos, foi impedida de desfilar diante das reações nas redes sociais.

Fico imaginando se fariam a mesma coisa caso ela estivesse com uma tatuagem de Marielle Franco – e com razão.

Pesou contra ela, no caso, ser negra – e um negro não poderia gostar do Bolsonaro.

OK. Mas é a opinião dela – e tem de ser respeitada.

O melhor que podemos fazer para nossos adversários é nos parecermos com ele.