Dimenstein: Jair Bolsonaro esconde seu verdadeiro e maior inimigo
Quanto mais se desgasta a imagem de Bolsonaro por seu marketing de confronto, mais Dória se apresenta como capaz de dialogar
Jair Bolsonaro costuma ver inimigos por todos os lados, muitos deles imaginários –e faz disso um estilo de governar.
Vê inimigos nos meios de comunicação, nas universidades, nas ONGs.
Mas um inimigo é sempre o mais terrível, segundo ele: as esquerdas.
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Qualquer tipo de esquerda.
Mas, de fato, neste momento ele tem um grande inimigo nas eleições de 2022.
E prefere espertamente esconder por um motivo: não quer acabar com essa polarização com as esquerdas.
Seu verdadeiro inimigo chama-se João Dória, representante do que se chama de direita.
Dória a cada dia se afasta mais de Bolsonaro –e vai se afastar cada vez mais até vocalizar, no momento certo, a diferença.
Está amealhando apoios de empresários, desconfiados do estilo imprevisível de Bolsonaro,
Ganha a classe média antiesquerda, que votou em Bolsonaro de nariz tapado porque não queria o PT.
Até mesmo progressistas, dizem que, num segundo turno, preferem ver Bolsonaro de pijama.
Quanto mais se desgasta a imagem de Bolsonaro por seu marketing de confronto, mais Dória se apresenta como capaz de dialogar.
Para completar, ele é governador de São Paulo –uma máquina que, com todos os seus problemas, ainda funciona melhor do que média.
O primeiro teste vai ser a disputa a Prefeitura de São Paulo, na qual Dória vai colocar a alma para não deixar vencer um candidato de Bolsonaro.
Mesmo que não seja seu candidato.