Dimenstein: Jair Bolsonaro quer envolver PCC numa farsa da facada

Para o desgosto de Jair Bolsonaro, até agora a Polícia Federal não encontrou nenhum mandante por trás da facada de Adélio Bispo.
Seu projeto de marketing – ou apenas paranoia – era mostrar um complô das esquerdas.
Não deu.
Na falta de um PSOL ou PT, ele disse hoje, em conversa com jornalistas, que haveria algum tipo de envolvimento do PCC.
Afirma que áudios indicariam o interesse do PCC em sua morte.
Mas não detalha esses áudios.
Nem como o PCC teria agido.
Falar que alguém tem interesse em sua morte é vago.
Seu filho Carlos, por exemplo, chegou a escrever que aliados próximos teriam interesse na morte de seu pai.
Era um recado ao vice Hamilton Mourão.
O mais provável é que Bolsonaro esteja interessando em disseminar uma farsa sobre seu atentado, usando o PCC.
O problema é que ninguém da Polícia Federal, apesar de todas as investigações, encontro qualquer sinal de complô.

A Revista Época entrevistou 22 pessoas próximas à investigação realizada pela Polícia Federal.
Certamente Bolsonaro não vai gostar: desmonta todos as suas afirmações de que ele seria vítima de um complô para matá-lo.

Capa da revista Época

Resultado da reportagem: o que se pode dizer, com certeza: ainda não se descobriu nada de relevante sobre se existiria alguém associado a Adélio.
Não se descobriu um único sinal de concreto de que ele não teria agido sozinho.
A grande suspeita: ele seria um doente mental com surtos paranoicos.
Mas quem, afinal, teria bancado os caros advogados?
A revista mostra que sobrou à PF uma esperança para responder essa pergunta: um celular capaz, quem sabe, de ligar o atentado ao PCC.

Trecho da reportagem: