Dimenstein: Luciano Hang revela que doença de Bolsonaro é contagiosa

Bolsonaro já revelou, por diversas vezes e com clareza, esse distúrbio, vendo inimigos imaginários em todos os lados

23/06/2019 12:50 / Atualizado em 24/06/2019 13:16

Usando seu poder de patrocinador, Luciano Hang pediu a demissão da jornalista Rachel Sheherazade do SBT.

Um ambiente propício para pressão: além de patrocinador, estrelas do SBT, como Ratinho, recebem dinheiro para defender Bolsonaro. Há apoiadores ali como Danilo Gentili e o próprio Silvio Santos.

Luciano Hang, dono da Havan, atuou como um dos principais cabos eleitorais de Jair Bolsonaro
Luciano Hang, dono da Havan, atuou como um dos principais cabos eleitorais de Jair Bolsonaro - Reprodução/Facebook

O que espanta é menos a pressão e mais o motivo: segundo Luciano Hang, a jornalista seria “comunista”.

Obviamente um absurdo – ela não tem nada de comunista.

É que, na era Bolsonaro, quem discorda do governo, é comunista, petista, esquerdista.

É o efeito da doença mental de Bolsonaro: síndrome de paranoia, movida a teorias de conspiração.

Bolsonaro já revelou, por diversas vezes e com clareza, esse distúrbio, vendo inimigos imaginários em todos os lados.

Basta lembrar que o guru de presidente, Olavo de Carvalho, tem duvidas sobre o formato da terra, sustenta que a ideia de que cigarro dá câncer é uma conspiração de médicos e desconfiança da vacinação.

Não importa que os médicos disseram que Adélio Bispo, autor da facada, é incapaz mentalmente. Nem que a PF não descobriu sinais de mandantes.

Adélio, na visão de Bolsonaro, continua parte do complô do “Sistema”.

Não importa que pessoas sensatas tenham alertado sobre a impropriedade de Carlos Bolsonaro, sem cargo, decidir sobre a comunicação do governo.

O que estaria por trás dos comentários, segundo Bolsonaro?

Querem afastá-lo do filho.

Com sua paranóia, Bolsonaro dorme ao lado de um revólver mesmo protegido no Palácio da Alvorada, cultiva a ideia de que aquecimento global não existe ( seria um complô comunista) e reverencia a tese da infiltração do marxismo cultural dominando veículos conservadores como Folha, Globo, Veja ou Estadão.

Com esse olhar que ele demitiu Bebianno, Santos Cruz, Joaquim Levy: estariam contaminados pelo inimigo.

É um mundo doentio dividido em “nós” contra “eles”.

E “nós” estaria ao lado de Deus.

Bolsonaro não cansa de se dizer como um enviado de Deus.