Dimenstein: militares afastam Bolsonaro do “puteiro” do seu guru
Não tenho dúvida de que o núcleo de generais é a ala de bom senso do Governo Bolsonaro.
São treinados em gestão e estratégia – afinal, são preparados para guerrear.
Mais um sinal de bom senso vem agora com a pressão dos militares para reduzir a influência do filósofo Olavo de Carvalho, com suas teorias conspiratórias e ideias tresloucadas – é o que coloquei no vídeo acima.
Conseguiu emplacar no governo despreparados e tresloucados como Ernesto Araújo ( Itamaraty) e Ricardo Tevez ( Educação).
Olavo fala agora que a administração virou um “puteiro”.
Na verdade, os militares estão tirando Bolsonaro do “puteiro intelectual” do seu guru. Ou, talvez, ex-guru.
O grau de irritação de Olavo Carvalho, guru de Bolsonaro ( ou, agora, ex-guru) com o governo está aumentando.
Seus alunos estão sendo expurgados do Ministério da Educação, por pressão do núcleo militar do Palácio do Planalto.
No Twitter, ele atacou os “fominhas” por cargos públicos e disse que iria “aprimorar a administração do puteiro”.
“Sempre pensei que, se o meu trabalho viesse a ter efeitos políticos, eles seriam de longuíssimo prazo e totalmente incontroláveis, que portanto pensar muito neles seria pura punheta. Dediquei minha vida a curar a alma do Brasil, não a aprimorar a administração do puteiro”.
A insinuação embutida: puteiro seria o Governo Bolsonaro, infiltrado, como disse em outro post, de “inimigos do povo”.
Disse que “oficiais militares fazem o ministro Ricardo a cometer erros. E, depois, colocariam a culpa em seus alunos. “São trapaceiros e covardes”, escreveu.
O problema começou quando Velez sofreu muitos ataques por enviar mensagem às escolas pedindo que lesse texto com slogan de campanha de Bolsonaro, com direito a hino nacional cantado e filmado pelos alunos.
Segundo Olavo, “melhor maneira de não entender nada do meu trabalho é tentar enxergar nele um objetivo político”. “Cargos públicos são pedaços daquele bolo do vídeo. Tem gente que mata a mãe por um deles”, acrescentou.
Nesta semana, Olavo já demonstrou sinais de rompimento com o Governo Bolsonaro, ao pedir que seus alunos deixassem o governo.
Mas o fato é que eles já estavam sendo demitidos.