Dimenstein: não chamei Joice Hasselmann de maconheira. Fiz muito pior
Escrevi é que ela é uma jornalista pilantra, desonesta e sem caráter
Está correndo nas redes sociais uma interpretação errada de um texto que escrevi sobre a deputada Joice Hasselmann: a de que eu a teria chamado de “maconheira”.
Não foi o que escrevi.
Fiz muito pior: o que eu, de fato, escrevi é que ela é uma jornalista pilantra, desonesta e sem caráter.
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E provei.
A própria Joice, num sinal de histeria ou déficit cognitivo, ajudou a espalhar essa versão, reagindo furiosa:
Só usei um truque de texto, usando a maconha para mostrar sua desonestidade.
Não uso nenhuma droga. Não bebo e não fumo.
Mas, em essência, sou contra qualquer abuso.
Abuso de açúcar, de sal, de bebida, de comida, de sol na pele.
Usar moderadamente maconha, na idade adulta, não é mais perigoso do que beber moderadamente.
Como sabemos, o álcool causa no Brasil muitos mais problemas do que a maconha.
Eu até celebro as descobertas do uso medicinal da maconha, comprovados cientificamente.
Leiam agora o artigo que escrevi:
Suponhamos que eu escrevesse aqui de forma categórica: Joice Hasselmann é maconheira.
E ainda mostrasse essa foto acima, tentando dar um ar de verdade à acusação.
Mas sem apresentar uma única prova.
O que vocês diriam?
Diriam (e com razão) que sou um jornalista irresponsável –um pilantra profissional.
Suponhamos mais: ofendida (e com razão) Joice pedisse algum indício para sustentar minha acusação.
Não provo nada.
E, para completar, não desminto.
É exatamente essa atitude que a deputada está, neste momento, tendo comigo.
Ela me chamou de ativista comunista.
Tenho horror ao comunismo –como tenho horror a qualquer ditadura.
É uma negação de tudo o que defendo: democracia com economia de mercado, compensada com investimentos sociais.
Minha vida sempre foi defender direitos humanos.
Pedi a Joice que mostrasse um único indício de que sou comunista.
Não seria difícil achar: um artigo, por exemplo.
Apenas isso, um artigo.
Preferiu manter o que disse.
O que é uma pilantragem.
Até entendo que não é fácil pedir ética de uma jornalista condenada pelo conselho de ética do Sindicato do Paraná por ter plagiado dezenas de reportagens.
Ou que tenha sido condenada por usar clandestinamente a marca da Veja.
Mas posso garantir ser menos improvável Joice fumar maconha do que eu ser comunista.
Aliás, no caso dela até pode ter um uso medicinal.