Dimenstein: o MBL, de Kim Kataguiri, não sabe o que é  patricinha

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) foi até o apartamento funcional sorteado para ela e descobriu que o filho de Hildo Rocha (MDB-MA) estava morando no imóvel. Ele se recusou a sair.

“Ele estava irregularmente, ilegalmente ocupando dois imóveis”, contou a deputada. “Eu liguei pra Câmara, expliquei a situação, tentei resolver e o próprio deputado falou que eu podia fazer o barulho que fosse que o filho dele não ia sair.”

O MBL resolveu atacar não o abuso do filho do deputado.

Atacou a Tabata, chamando-a de “Patricinha”.

Minha conclusão: o MBL, de Kim Kataguiri, não sabe o que é uma patricinha.

Chamá-la de patricinha é uma ofensa e uma ignorância.

Tabata deveria, na verdade, ser admirada pelo MBL com seus ideiais liberais.

Ela, aliás, me lembra o Fernando Holiday. Discordo dele em muita coisa. Mas tenho razões para admirá-lo pelas mesmas razões que admiro Tabata: pobre, negro e gay, venceu pela sua persistência, enfrentando todas as dificuldades.

Ela vem da periferia paulistana. Estudou em escola pública.

Tabata tem uma frase primorosa: “Descobri que o preconceito tem gênero, cor e CEP”.

Consegue bolsas por seus méritos e esforço.

É aceita em Harvard para estudar astrofísica. Quem já estudou em Harvard – eu estudei – sabe o que isso significa.

Ela é muito melhor do que eu: sou de uma família de classe média, sempre estudei em escolas privadas, tive a chance de viajar pelo mundo. Comecei a aprender inglês quando era menino e, depois, adolescente, fui estudar nos Estados Unidos para aprimorar a língua.
Na minha escola, aprendíamos quatro línguas ao mesmo tempo: hebraico, francês, inglês e português.
Ou seja, tive todas as condições.

Mais importante. Tababa volta para o Brasil com um dos melhores diplomas do mundo e monta um projeto para ajudar incluir jovens em educação.

Isso é ser patricinha?

Minha sugestão ao MBL para saber responder a essa pergunta com propriedade:

Tem um canal no Youtube perfeito