Dimenstein: politicamente correto deu maior surra na vida de Bolsonaro

Nunca Bolsonaro apanhou tanto --e em escala mundial

24/08/2019 07:12 / Atualizado em 11/09/2019 12:13

Nunca Bolsonaro apanhou tanto –e em escala mundial.

Juntou contra ele empresários do agronegócio, celebridades como Leonardo di Caprio, Cristiano Ronaldo, Bündchen e Anitta.

Entraram times de futebol como Palmeiras e Corinthians.

Virou conversa de botequim.

Focos de incêndio e fumaça em Rondônia em 16 de agosto de 2019
Focos de incêndio e fumaça em Rondônia em 16 de agosto de 2019 - EOSDIS/NASA

Ontem, enquanto ele falava na TV, panelas batiam pelo Brasil.

Bolsonaro não sabe: mas foi a surra do politicamente correto, que ele não sabe exatamente o que é. Mas odeia.

Lembremos que, em sua visão, ambientalistas integram o politicamente correto.

Lembremos também que a família Bolsonaro imagina que aquecimento global não existe – seria parte de um complô das esquerdas.

As queimadas da Amazônia foram explicadas inicialmente por Bolsonaro como uma sabotagem das ONGs, articuladas com governos estrangeiros.

O que ele não previa era uma reação do mundo – e de governantes que nada são de esquerda.

Macron, Angela Merkel, ONU, aliados aos empresários de agronegócio no Brasil, que sabem que seus produtos dependem de questões ambientais.

Até os Estados Unidos mostraram preocupação com as queimadas.

Bolsonaro viu ameaçado o acordo do Mercosul com a União Europeia.