Dimenstein: por que Bolsonaro está tirando meu sono. Sem exagero.

Esse texto foi escrito de madrugada, provocado por mais um ataque de insônia.

Não exagero: Jair Bolsonaro está tirando meu sono.

Tenho acordado de madrugada angustiado.

O motivo é simples: estamos assistindo a um crescente desgoverno.

Se estivéssemos em final de mandato, OK.

Mas é apenas o começo.

O que me tira o sono é como o desgoverno pode levar o Brasil a um colapso.

Sou dos que acreditam que, sem reforma da previdência, o Brasil quebra.

A curto prazo, já haveria efeitos, gerando pessimismo com o futuro.

Isso significa empresários em pânico, dinheiro enviado para o Exterior, recessão, desemprego.

Certamente, a crise será temperada por articulações pela derrubada de Bolsonaro, trocando-o por Mourão.

A sensação que tenho é de que Bolsonaro está inconscientemente sabotando a reforma da previdência.

Por que deixa seu filho se atritar com Rodrigo Maia, principal articulador da reforma?

Por que diz que não gostaria de ter proposta mudança nas aposentadorias?

Por que afirma que não vai se envolver no corpo a corpo para sua aprovação, deixando a tarefa para o Congresso?

Ou seja, vai ficar nas mãos de políticos inexperientes nos labirintos do Congresso como Joice Hasselmann, major Vitor Hugo, Eduardo Bolsonaro, Major Olimpio?

Piada.

Vejo seus assessores pregando um levante popular contra o Congresso para aprovar a mudança nas aposentadoria.

Desde quando povo faz pressão por esse tipo de reforma que tira direitos?

Aproveitando o desgoverno, as corporações aumentam a pressão, embalando os políticos, que se aproveitam para desgastar ainda mais o presidente.

Ou apenas fazer jogo para a plateia, mesmo arriscando a estabilidade da nação.

O prestígio de Bolsonaro despenca – e vai despencar ainda mais.

O que dificulta seu diálogo com o Congresso.

É um círculo vicioso.

O que me  tira o sono é viver uma crise que não passa devido à incompetência dos políticos.

É ver o custo em miséria, desemprego, projetos de empreendedores que não saem do papel, jovens que abandonam suas startups.

Saiu Dilma, depois veio Temer que, por causa das denúncia não aprovou a reforma da previdência.

E, agora, o drama prossegue com Bolsonaro, que, a cada dia, mostra mais ua incapacidade de gerir uma nação, como se ainda não soubesse diferenciar palanque e governo, Twitter e Diário Oficial.

Em vez de servir como um apaziguador de conflitos, ele estimula a discórdia e a beligerância.

Bolsonaro é tipo do sujeito que entra numa reunião para resolver um problema. E sai com três problemas.

O que me tira o sono é ver essa irresponsabilidade coletiva.