Dimenstein: Santa Dulce detonou a imagem de Bolsonaro e da Record

Foi péssimo para a imagem de Bolsonaro, que diz católico, ignorar a canonização de Irmã Dulce

14/10/2019 09:17

Essa nota foi publicada hoje pelo Painel, da Folha:

“Políticos da comitiva brasileira ao Vaticano relataram constrangimento com o fato de o papa Francisco não ter feito menção ao país nem às autoridades que foram à canonização de Irmã Dulce”.

Foi péssimo para a imagem de Bolsonaro, que diz católico, ignorar a canonização de Irmã Dulce –a primeira santa brasileira.

Bolsonaro durante missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora, em Aparecida (SP)
Bolsonaro durante missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora, em Aparecida (SP) - Marcos Corrêa/PR

Péssimo porque ela representa a essência do que se entende por valores cristãos: dedicou sua vida aos pobres. E morreu pobre.

A TV Record, da Igreja Universal, seguiu a mesma linha: não citou o fato histórico em seus programas jornalísticos do final de semana.

Aí é um caso grave de erro jornalístico.

Ter uma santa brasileira –a primeira– é uma noticia importante sob todos os aspectos.

Mas preferiam o silêncio em nome de crenças religiosas.

Isso não é jornalismo. Não é nada: apenas pregação religiosa.

É como se o Brasil tivesse ganho um Prêmio Nobel e, por questões ideológicas, não noticiar.