Dimenstein: tenho que admitir que Jair Bolsonaro me surpreendeu

13/01/2019 11:49

Tenho de admitir que, nesses primeiros dias de governo, Jair Bolsonaro me surpreendeu – e muito.

Eu sabia que, por falta de experiência em gestão pública ( ou até mesmo privada), ele teria dificuldades pelo menos nos primeiros momentos.

Mas não esperava que Bolsonaro fosse o único grande inimigo de Bolsonaro: afinal, não existe oposição. E, quando ela aparece, faz maluquices como o apoio do PT ao governo da Venezuela.

O filho de seu vice teve o salário triplicado no Banco do Brasil.

Seu amigo teve um aumento salarial de R$ de 15 mil para R$ 50 mil na Petrobras.

O Ministério da Educação lançou edital tirando a obrigatoriedade de referências bibliográficas em livros didáticos.

Colocaram para chefiar o Enem um sujeito que já propôs queima de livros, invasão do Congresso, escreve textos com palavrões, disse que professores pregam o incesto e pedofilia.

Para chefiar a alfabetização, colocaram um rapaz que a única credencial é ser coordenador de uma escola no interior do Paraná chamada Balão Mágico.

Bolsonaro anunciou interesse em ter uma base militar nos EUA – depois recuou.

Anunciou aumento de impostos – depois recuou.

Eduardo Bolsonaro orienta professores a tirarem o feminismo de sala de aula, já adiantando o que iria cair nas provas.

Por causa de seus ataques ao feminismo, Eduardo viu sua suposta vida sexual debate em redes sociais.

Carlos Bolsonaro intensifica a guerra contra inimigos imaginários nos meios de comunicação, provocando desgastes desnecessários ao governo.

Damares Alves diz que meninas devem vestir rosa, meninos, azul.

Onyx Lorenzoni demite centenas de pessoas com o único critério de “despetizar”. Como não podia mais governar, fez o “revogaço”.

Os militares, que deviam ser os mais disciplinados,  se revoltam publicamente contra a reforma da previdência.

PSL apoia para a presidência da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia que, até pouco tempo atrás, era apontado como “pior” do que o PT.

Com um governo assim, ninguém precisa de oposição.