Duas medidas de Bolsonaro vão matar muito mais do que a ditadura
Os números divergem sobre o número de mortos do regime militar.
Fala-se em no máximo 400 pessoas mortas.
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Duas medidas em andamento do Governo Bolsonaro vão superar – e muito – esse número de mortos.
E, possivelmente, em apenas um ano.
A primeira: o projeto que prevê o aumento do prazo de validade da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e também a quantidade de pontos pela qual o motorista perde a habilitação em caso de acúmulo de infrações de trânsito.
A informação é do ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), que disse que encaminhará o texto ainda esta semana para análise do Planalto.
A ideia é que a CNH só seja suspensa quando o motorista atingir 40 pontos ao longo de 12 meses, e não mais 20 como é atualmente.
Já a validade da CNH passaria dos atuais cinco anos para dez. A proposta foi anunciada por Bolsonaro ainda durante a transição.
Se aprovada, a medida vai beneficiar os motoristas os infratores e contribuir para mais mortes no trânsito. O Brasil é um dos países onde mais se morre no trânsito. Em 2016, foram 37 mil mortos.
Segunda: Bolsonaro já havia determinado o cancelamento da instalação de 8 mil novos radares nas rodovias federais do Brasil.
“Sabemos que a grande maioria destes têm o único intuito de retorno financeiro ao estado”, disse na ocasião.
Descoberta do jornal: o sistema de fiscalização eletrônica diminuiu de 5,5 mil pontos ativos, em julho de 2018, para cerca de 440 até março deste ano.
Esse sistema cobre 52 mil quilômetros de vias cuidadas pelo Governo Federal.
Os pardais não funcionam mais por um motivo: os contratos de manutenção e funcionamento venceram.
Nada foi colocado no lugar
E, aqui, suspeita-se que a motivação seja essa bobagem: os radares fazem parte da indústria da multa.
Para aquela minha pergunta, eu mostro aqui esse trecho da reportagem:
A medida pegou de surpresa a área técnica do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O órgão considera que a presença dos radares contribuiu para redução de 24,7% no número de mortes nas vias federais entre 2010, quando o governo implantou o Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade, e 2016. Passou de de 7.083 para 5.333 óbitos no período. A quantidade de desastres também caiu, de 191.161 para 95.965, uma queda de 47%.
Opinião de Michelle Andrade, doutora na área de transportes e professora da Universidade de Brasília (UnB):
A gente sabe a partir do nosso histórico e das experiências internacionais que o controle de velocidade é uma medida importante para reduzir a violência no trânsito. Em vez de retirar os equipamentos, devia melhorar a fiscalização e também investir em educação e infraestrutura no trânsito.