Efeito Bolsonaro: universidades podem parar por falta de dinheiro

06/05/2019 07:30 / Atualizado em 11/09/2019 12:06

Um dos principais assuntos nesta segunda-feira, dia 6, do Canal Meio é o efeito do corte de verbas do Governo Bolsonaro às universidades federais.

O ensino superior público federal no Brasil pode parar já no segundo semestre deste ano, caso seja mantido o corte de verbas anunciado na semana passada pelo MEC, segundo reitores das principais universidades federais.
Só a UFRJ teve contingenciamento de 41% de seu orçamento.
Na federal de São Paulo (Unifesp), o aperto pode atingir o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), que apoia a permanência de estudantes de baixa renda na universidade.
Segundo Sandra Regina Goulart Almeida, reitora da UFMG, não há eficiência administrativa que supere um corte de tamanho monte.
Ao contrário do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que abraçou os cortes e deu-lhes um viés ideológico, seu colega da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, reclamou e conseguiu recuperar R$ 300 milhões contingenciados pela área econômica.

Entidades das áreas de ciência e educação começam hoje a se mobilizar no Congresso para reverter os cortes nas instituições de ensino e pesquisa. Por conta desse contingenciamento, a Capes vai congelar bolsas e suspender o programa Idioma Sem Fronteiras. A princípio, serão preservadas as bolsas para formação de professores da educação básica. (Estadão)

Em tempo, levantamento do G1 indica que, considerando os gastos globais de União, estados e municípios em educação, as universidades ficam com a menor parte da verba.

Na sexta-feira, Weintraub publicou um vídeo no Twitter em que alegava problemas de família para justificar o péssimo desempenho como estudante na USP durante os anos 1990. Seu boletim havia sido vazado em redes sociais.

Ancelmo Gois: “Esse Abraham Weintraub parece ter asco das universidades públicas. ‘São uma balbúrdia’, disse o ingrato, já que o ministro deve sua graduação à USP, mesmo não tendo sido um bom aluno. Acredite. Nove em cada 10 integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro se formaram em instituições públicas.” (Globo)