Em seu aniversário, Folha dá a melhor resposta para Bolsonaro
A Folha comemorou hoje 98 anos de existência.
Mas o fato que chamou a atenção foi um detalhe: a melhor resposta que o jornal deu ao presidente, obrigado a engolir com fatos – não adjetivos – as acusações e ofensas que lançou levianamente ao jornal.
Esse é o tema do vídeo que preparei para comemorar o aniversário do jornal, onde passei boa parte de minha vida – e aprendi a respeitar sua seriedade e independência.
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Em sua primeira entrevista ao Jornal Nacional depois de eleito, Jair Bolsonaro atacou a Folha: “Por si só, esse jornal se acabou”.
Em comício, ele dizia que o jornal produzia “Fake News”.
Não apenas a Folha “não acabou”, como hoje, ao comemorar seu aniversário de 98 anos, a Folha humilha com elegância o presidente.
Humilha sem adjetivo. Apenas com jornalismo.
A manchete do jornal de hoje: ministro de Bolsonaro cai por escândalo de laranjas do PSL.
Essa reportagem produziu um gigantesco desgaste no governo, a ponto de ajudar a derrubar um dos principais auxiliares de Bolsonaro durante a campanha.
A crise foi tamanha que a palavra impeachment voltou a circular no país.
Ao lado da manchete, outra matéria que deve derrubar outro ministro: o do Turismo, também envolvido no escândalo.
Se não cair, o presidente vai ser apontado como conivente com lavagem de dinheiro.
Carlos Bolsonaro chamava a Folha de “Foice de São Paulo”, tentando qualificar o jornal como de esquerda.
Colocou agora em seu perfil no twitter um quadrinho revelador de sua visão sobre a Folha e sobre o jornalismo. As notícias da Folha são apresentadas como cocô.