A verdade da frase de Carlos Bolsonaro sobre ‘dar a rosca sem dor’

Para família Bolsonaro, a universidade faz parte do domínio das esquerdas para disseminação do "marxismo cultural".

23/09/2019 09:43

Carlos Bolsonaro conseguiu provocar uma polêmica nacional ao mostrar desprezo pelos cursos de humanas –um campo de “doutrinação”, onde se ensinaria “dar a rosca de sentir dor”.

“Governo Bolsonaro investe em mais recursos para pesquisas de verdade e não aquelas padrões que ensinam como queimar a rosca sem sentir dor (obs: isso não é piada, é fato)! Isso sim é investir nos cérebros brasileiros e pensar no bem do país!”, escreveu o filho do presidente no Twitter.

O que tem por trás dessa frase é simples: a ojeriza da família Bolsonaro ao ambiente livre e provocativo das universidades, onde tudo deve ser questionando.

Para eles, a universidade faz parte do domínio das esquerdas para disseminação do “marxismo cultural”.

Há uma incompatibilidade com o jeito acadêmico de pensar.

Para família Bolsonaro, a universidade faz parte do domínio das esquerdas para disseminação do “marxismo cultural”
Para família Bolsonaro, a universidade faz parte do domínio das esquerdas para disseminação do “marxismo cultural” - Reprodução/Twitter

O próprio Carlos Bolsonaro, além de sua família, não acredita em aquecimento global –seria uma conspiração esquerdista, apenas das evidências científicas.

Não por acaso o guru da família é Olavo de Carvalho, que tem dúvidas sobre o formato da terra, que não acredita na relação entre fumo e câncer, duvida da eficácia da vacinação, entre outras barbaridades.

O jeito acadêmico de pensar envolve rigor na argumentação e estudos aprofundados. No caso da ciência, qualquer afirmação tem de ser ancorada em experimentos comprováveis.

Nada disso combina com um governo que coloca acima de tudo como verdade preceitos religiosos para orientar sua visão sobre gays e aquecimento global ou sobre a teoria evolucionista.

Some-se, no caso da família Bolsonaro, que nenhum deles têm estudo em escolas de primeira linha –e nem sequer dominam a língua portuguesa.