Época: palavras proibidas para jornalistas do Governo Bolsonaro
O jornalista Guilherme Amado, da Época, relata que os jornalistas que trabalham no Governo Bolsonaro não podem ser referir ao golpe militar de 1964.
Nem falar em ditadura militar.
Essa é, segundo ele, uma norma da EBC – conglomerado estatal de TV, rádio e agência de notícias.
Sob a condição de anonimato, funcionários da estatal informaram à Época que seus textos foram alterados antes publicados.
Trecho da reportagem
“Meu chefe falou: ‘Temos que dar o texto que a diretoria de Jornalismo aprovou”, afirma uma servidora de uma TV da empresa sobre uma reportagem em que Bolsonaro comentava a ordem de comemorar o aniversário do golpe de 1964. No texto, foi usado o termo “regime militar”.
Repórteres que cobriram manifestações contra o aniversário do golpe também afirmam que tiveram o material modificado pela chefia, que teve de passar pelo crivo da diretoria de Jornalismo, o que é incomum.
Em todo o imbróglio jurídico nacional após Bolsonaro mandar comemorar o 31 de março de 1964, que deflagrou a ditadura, a Agência Brasil não usou nenhuma vez “ditadura” ou “golpe” no texto direto dos repórteres, isto é, fora de fala de terceiros.