Época revela que parentes de Bolsonaro devolviam 90% dos salários
A quebra dos sigilos bancários e fiscal de 95 empresas e pessoas ligadas ao senador Flávio Bolsonaro na época em que era deputado no Rio de Janeiro amplia a suspeita de nepotismo e de “rachadinha” dos salários.
Reportagem da revista “Época” desta semana revela que 12 dos investigados possuem parentesco com Ana Cristina Siqueira Valle, a segunda mulher de Jair Bolsonaro e mãe do filho mais novo do presidente, Jair Renan. Segundo a reportagem, dois membros da família Siqueira Valle relataram terem devolvido até 90% dos salários na época em que trabalhavam no gabinete de Flávio.
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Os jornalistas Juliana Dal Piva e Bruno Abbud revela que “uma pessoa próxima contou que os parentes nomeados nunca fizeram o trabalho de assessoria parlamentar. De quatro em quatro anos, a única coisa que faziam era distribuir santinhos no período de campanha pela reeleição de Flávio e Jair Bolsonaro. De acordo com essa pessoa, ao menos dois familiares admitiram que repassavam cerca de 90% dos salários para os parlamentares”.
Ainda conforme a reportagem, “a estratégia da ex-mulher do presidente, segundo a fonte, era perguntar quem desejava “dar o CPF” para “arrumar cargo” no gabinete do marido”.
Desta forma, “entre 2000 e 2007, surgiram nas listas de funcionários do gabinete do deputado federal Jair Bolsonaro os nomes de integrantes da família Siqueira Valle” e “com o tempo, as nomeações dos integrantes da família de Ana Cristina passaram a ocorrer também no gabinete de Flávio Bolsonaro, eleito deputado estadual na Alerj a partir de 2003.