Estadão: Bolsonaro esquece pobres e abre caminho para esquerda

Em pouco mais de 50 dias no poder, o governo Bolsonaro coleciona atrapalhadas e desmandos, além de agir como se ainda estivesse em campanha, atacando quem discorda de sua opinião. O alvo preferido são os petistas.

Neste período, apenas dois grandes projetos foram apresentados: reforma da Previdência e o pacote anticrime. Este último virou um Frankenstein para acalmar parlamentares, em especial os da base aliada.

Presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão na cerimônia de posse
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão na cerimônia de posse

Uma parcela da esquerda já encontrou o caminho para enfrentar Bolsonaro:  a falta de projetos voltados aos mais pobres.

Para a jornalista Vera Magalhães, do “Estadão”, a “agenda liberal do governo tem levado a mudanças que atingem as faixas mais pobres da população”.

“Já há setores do governo preocupados com essa balança social desequilibrada. O próprio presidente deu mostras de que pode não bancar a proposta de “focalização” do BPC defendida pela equipe econômica, justamente pelo peso do programa junto aos mais pobres, principalmente nos Estados do Nordeste”, escreveu.

“Os primeiros meses não trouxeram um conjunto de iniciativas voltadas a esse público, e a oposição, que mostrou na eleição que não tem um projeto que fale ao conjunto da sociedade, percebe a lacuna e começa a se reorganizar para atuar nela”.