Estadão: Bolsonaro mandou Moro desconvidar colunista da Folha

A jornalista Vera Magalhães, do Estadão, descobriu bastidores sobre o desconvite de Sérgio Moro a Ilana Szabó, especialista em violência e colunista da Folha.
Foi uma ordem direta, segundo ela, de Jair Bolsonaro.

Os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Carlos Alberto Santos Cruz (Secretaria Geral) chegaram a argumentar que a indicação deveria ser mantida, e que seria um desgaste para o titular da Justiça ter de recuar de uma escolha para um cargo sem nenhuma importância Mas Bolsonaro foi inflexível, não ouviu ninguém e exigiu que a indicação fosse revertida.
Ilona Szabó, colunista da Folha, é fundadora do Instituto Igarapé, cuja missão é estudar políticas de combate à criminalidade.
foi nomeada por Sérgio Moro para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
Detalhe: o conselho é apenas consultivo.
Ilona tinha apenas o cargo de suplente.
Motivo das pressões: ela é crítica à flexibilização do acesso às armas.
“Expandir o acesso e a disponibilidade de armas de fogo no país mais homicida do mundo e relaxar ainda mais os fracos controles existentes equivale a jogar mais lenha na fogueira”, escreveu.

O primeiro disparo veio de um conhecido lobista pela flexibilização das armas: Benê Barbosa.

O MBL berrou.

Trecho de reportagem da Folha:

Deputado federal e uma das lideranças do MBL, Kim Kataguiri (DEM-SP) diz que, se Moro nomeou Ilona de forma consciente (e não por indicação de alguém), é “decepcionante”.

“Uma coisa é ele [Moro] ter assinado, outra coisa é ter assinado com consciência do que estava assinando. Se houve ‘dolo’, é decepcionante. Se foi mera negligência, é reprovável, mas perdoável”, afirmou Kim.

Tudo não passa de histeria não apenas porque ela é uma simples suplente de um conselho apenas consultivo.
Esse conselho não trata de armas, mas apenas de questões presidiárias.