Exames revelam que Jair Bolsonaro tem grave distúrbio no sono

Por: Redação

Médicos descobriram distúrbios no sono do presidente Jair Bolsonaro.

O que pode explicar muitas das reações do presidente nas redes sociais.

Ou até mesmo conflitos no governo.

Quem conta é o próprio Bolsonaro, segundo o jornalista Elio Gaspari:

Durante uma de suas internações, os médicos conferiram a qualidade do seu sono e registraram 89 breves alterações por hora. Nas suas palavras: “Um recorde. Os médicos disseram, ‘como é que você consegue raciocinar?’”

Suspeita do jornalista, baseada em estudos médicos.

Em dezembro do ano passado, Bolsonaro sentiu-se mal porque confundiu-se com os medicamentos e teve uma sonolência. Dormindo pouco, ou mal, ele compromete seu desempenho nas horas em que fica acordado, sobretudo se tiver um celular à mão. Nesse caso, o disparador de mensagens produz no meio político o efeito letal do revólver que mantém ao alcance mesmo quando está na cama.

A insônia nada mais é do que a dificuldade em iniciar ou manter o sono. O distúrbio pode afetar pessoas de todas as idades e, caso não seja tratada, pode perdurar por anos.

Quais são os principais tipos?

  • Insônia transitória: incapacidade de dormir bem durante várias noites, geralmente desencadeada por excitação ou estresse;
  • Insônia de curto período: ocorre após períodos repetitivos de estresse no trabalho ou em casa, e pode resultar em duas ou três semanas de noites mal dormidas;
  • Insônia crônica: caracterizada por sono inadequado ao longo de meses.

Quais os fatores que levam à insônia?

  • Fatores psicológicos: estresse e a ansiedade;
  • Uso de bebidas alcoólicas, substâncias estimulantes – frequentemente a cafeína – e certos medicamentos, como alguns inibidores de apetite;
  • Fatores ambientais: os mais importantes são ruído, luminosidade excessiva, desconforto e insegurança;
  • Fatores associados ao estilo de vida: períodos irregulares de trabalho, incluindo plantões, viagens e mudanças de fuso horário;
  • Problemas de saúde: interrupção momentânea e involuntária da respiração durante o sono, conhecida como apnéia; contrações musculares involuntárias, denominada síndrome das pernas inquietas; doenças psiquiátricas, tais como depressão, ansiedade e esquizofrenia; falta de ar e a fadiga noturna, que podem acompanhar doenças crônicas cardíacas, pulmonares, entre outras.

Quais são as consequências de uma noite mal dormida?

Além da irritabilidade, sonolência e dificuldade de concentração – que aumentam o risco de sofrer acidentes – pode surgir também dor de cabeça. Muitas vezes, esses problemas podem ser resolvidos com medidas orientadas por um especialista em Medicina do Sono.

Como é o tratamento?

O tratamento da insônia precisa ser individualizado e depende de sua causa. Pode incluir a prescrição ou a interrupção do uso de medicamentos, e habitualmente implica algumas mudança no estilo de vida.

Quais são os exames utilizados para pesquisar os distúrbios do sono?

Um dos exames mais utilizados para o diagnóstico dos diferentes distúrbios do sono é a polissonografia, que permite identificar alterações intrínsecas do sono ou relacionadas a ele.

Quantas horas um indivíduo deve dormir?

O número de horas de sono necessárias para cada pessoa obedece a um ritmo individual. Por isso, alguns dormem menos que outros e isso é, até certo ponto, normal. Dormir, pelo menos, oito horas por noite não é obrigatório e nem garantia de qualidade de sono em geral.

Quando procurar um médico?

Recomenda-se procurar um médico quando há:

  • Dificuldade para dormir bem por mais de um mês;
  • Sonolência excessiva durante o dia;
  • Roncos muito altos, com períodos de pausa na respiração.

O uso de medicamentos resolve a insônia?

Alguns medicamentos podem ajudar o indivíduo a dormir ou a diminuir a sonolência no dia seguinte. No entanto, esse alívio pode ser temporário e tem de ser acompanhado de medidas que atuem na causa da insônia. Alguns medicamentos não devem ser empregados quando a pessoa tem determinadas doenças como, por exemplo, a apnéia do sono. Além disso, é importante considerar os riscos de dependência química e de efeitos colaterais sérios, sobretudo em idosos.

Quais são as dicas para otimizar o nosso sono?

  • Ir para a cama somente quando estiver com sono e acordar nos mesmos horários, mantendo uma rotina diária regular;
  • Praticar rituais relaxantes antes de dormir, tais como tomar um banho morno, fazer um lanche leve ou fazer dez minutos de leitura;
  • Evitar a prática de exercícios físicos muito intensos à noite;
  • Evitar consumo de cigarros, cafeína, álcool e outros estimulantes.
Autora: Rosana Souza Cardoso Alves
Medica Senior e Coordenadora da Neurofisiologia do Fleury Medicina e Saúde
Voluntária Horas da Vida