Folha: aula de Sérgio Moro coloca sob suspeita Flávio Bolsonaro

Folha relembrou uma aula de Sérgio Moro, em 2017, que serve para colocar sob suspeita Flávio Bolsonaro, filho do presidente do qual hoje é ministro da Justiça.
Nessa aula, ele mostra truques usados – o depósito de dinheiro fracionionado, por exempplo – para driblar o controle público de dinheiro sujo.
O truques tentariam driblar o Coaf, encarregado de analisar movimentações suspeitas de dinheiro.
Flávio fez um depósito em sua conta dividido em vários lotes de R$ 2 mil.

Nota do Painel da Folha.

“Não é incomum que criminosos, buscando ocultar transações com dinheiro de origem e natureza ilícita, (…) estruturem suas operações em valores fracionados”, explicou. “O objetivo seria evitar que a transação seja identificada, comunicada ao Coaf e, sucessivamente, às autoridades.”

No presente caso, são essas operações de aquisição de bens, com depósitos bancários em espécie e estruturados em transações inferiores a R$ 10 mil que mais chamam a atenção. Por meio da realização da transação em espécie, dificulta-se o rastreamento bancário”, concluiu.

O raciocínio do ex-juiz está registrado em sentença na qual ele condenou, entre outros, o ex-governador do Rio Sergio Cabral a 14 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Neste caso, um dos réus havia dissimulado o repasse de R$ 96,6 mil em valores fracionados e sempre inferiores a R$ 10 mil.”