Folha: Record, SBT e RedeTV! escondem polêmica do vídeo pornô
Um dos melhores comentaristas de televisão, Maurício Stycer comparou abordagem das principais emissoras em relação à polêmica do vídeo pornô do Carnaval disseminado por Jair Bolsonaro.
A conclusão do jornalista: o tratamento do caso revela o alinhamentos políticos.
O assunto foi amplamente tratado na Globo – atualmente numa postura mais crítica em relação ao governo.
Mas não foi mencionado nas chamadas dos noticiários da Record, Band e RedeTV!.
No SBT Brasil, teve chamada, mas com pouco destaque.
Na TV Globo, no Jornal Nacional, o segundo destaque na chamada.
Trecho da coluna de Maurício Stycer
Outro indicador relevante na televisão é o tempo. Em telejornais que, por tradição, se limitam a noticiar sem emitir opinião, como os da Globo, Record e SBT, a duração de uma reportagem pode representar o que a direção pensa ou quer que o espectador pense do assunto.
O Jornal da Record foi o que tratou mais rapidamente da notícia –apenas um minuto e 13 segundos. O JN, o que se estendeu mais –seis minutos e 15 segundos, ou cinco vezes mais que o concorrente. Jornal da Band (2m41s), RedeTV! News (2m46s) e SBT Brasil (3m18s) ficaram no meio.
Maurício Stycer registrou comentários críticos na Band e na RedeTv!.
Na Band, a apresentadora Lana Canepa ironizou, parodiando o texto escrito pelo presidente: “Nós não nos sentimos confortáveis para abordar esse assunto, mas o tamanho da repercussão não deixa outra alternativa”. E o apresentador interino Fábio Pannunzio opinou: “O presidente precisa urgentemente parar de tuitar e passar a governar”.
Na RedeTV!, Boris Casoy disse que Bolsonaro “cometeu dois erros graves”. Primeiro, ter postado imagens obscenas, “fato reprovável, ainda mais partindo de um presidente de República”. E segundo, por ter condenado, com base em apenas uma cena, blocos e o próprio Carnaval como um todo.