Jovem que lutou com autor de massacre: ‘me imaginei no tatame’

19/03/2019 08:30

Rhyllary Barbosa dos Santos, 15 anos, é uma das sobreviventes do massacre na Escola Raul Brasil, em Suzano, e considerada uma heroína.

Rhyllary lutou com por Luiz Henrique de Castro, um dos responsáveis pelo ataque, e abriu a porta da escola que permitiu a fuga de uma dezena de colegas em meio ao terror.

Rhyllary luta com um dos atiradores da Escola Estadual Raul Brasil
Rhyllary luta com um dos atiradores da Escola Estadual Raul Brasil - Reprodução

Em entrevista à Folha, a jovem conta que “tomava café da manhã no intervalo das aulas com uma amiga na cantina quando ouviu o barulho que logo reconheceu ser de tiros.

“Corri para o refeitório, pulei um murinho e me abaixei para me esconder. Tinha muita gente comigo. Mas ali, daquele jeito, estávamos numa posição bem desfavorável”, conta.

A estudante de 15 anos Rhyllary Barbosa dos Santos escapou de um dos assassinos e ainda abriu a porta para que outros alunos da escola pudessem fugir
A estudante de 15 anos Rhyllary Barbosa dos Santos escapou de um dos assassinos e ainda abriu a porta para que outros alunos da escola pudessem fugir - reprodução/arquivo pessoal

“Eu estava assustada, mas busquei uma força que não sei de onde veio, me levantei e disse para todo mundo: vocês precisam tomar coragem. Se a gente ficar parado aqui, vai ser muito pior.”

Segundo Rhyllary, que treina jiu-jitsu há 3 anos, no Projeto Social Bonsai – Construindo o Futuro, ter conhecimento da arte marcial foi fundamental para sobreviver ao ataque.

“Eu me imaginei no tatame e não deixei ele me derrubar”, conta a jovem ao ser agarrada pelo cabelo por Luiz.

Llivre, Rhyllary abriu o portão do colégio, saiu correndo e abriu passagem para colegas. Já fora do colégio, buscaram socorro para os que ficaram presos.