Maiores “inimigos” de Bolsonaro foram seus grandes aliados previdência
Jair Bolsonaro elegeu como seus maiores inimigos os jornalistas.
Focou seu ódio em veículos com Estadão, Folha, Veja e, especialmente, Globo.
Para ele, jornais e jornalistas faziam parte de um complô para derrubá-lo – um complô “esquerdista.
A guerra pela aprovação da reforma da previdência foi e é uma guerra da comunicação.
Como vimos no Datafolha, a opinião pública acabou se dividindo diante da reforma das aposentadorias.
Quem ajudou – e muito – a mostrar os dados reais e alertar para o risco de não aprovação da reforma foram os “inimigos”.
Foi gente que, ao contrário de muitos parlamentares, não cobrou nada em troca.
Ao contrário de aliados, alias, como comunicadores tipo Ratinho, que ganharam apoiar a nova previdência.
Jornalistas atacados pelo presidente não pararam de revela a realidade, fugindo da manipulação, das contas públicas.
Seria muito esperar de Bolsonaro e seus seguidores fanáticos o aprendizado sobre a imprensa independente.
Mas o fato é esse: os “inimigos” ajudaram, contando a verdade, o Brasil a ficar mais longe de um colapso das contas públicas.
Ninguém fez isso para ajudar Bolsonaro ou seu governo -embora eles tenham se beneficiado da vitória no Congresso.
Foi feito para ajudar o Brasil.
Bolsonaro é passageiro – mas o Brasil, definitivo.