Ministro da Educação é a maior prova da ignorância de Bolsonaro

02/02/2019 09:15 / Atualizado em 11/09/2019 11:47

Não há registro na história do Brasil de um ministro da Educação tão despreparado como Ricardo Vélez Rodriguez.
É um sinal de que Bolsonaro não está preocupado com a educação.
Pior: é uma prova de sua ignorância.
Se ele tivesse critério técnico semelhante para indicar o Ministro da Economia, o país estaria em pânico: os juros explodiriam junto com o dólar. E já estariam falando em impeachment.
Bolsonaro só usou a temática da educação na campanha para ganhar votos em cima de mentiras como Kit Gay.
Para cuidar do treinamento de professores alfabetizadores – um cargo técnico – Vélez indicou uma jovem sem nenhuma experiência, formada em direito, cujo TCC foi sobre ensino domiciliar.
Para o INEP, responsável pelo Enem, colocou um homem que imagina que o plural de cidadão é “cidadões”.
Tinha indicado para o Enem um jovem que defendeu queima de livros, escrevia textos com palavrões, defendeu a invasão do Congresso, plagiava artigos. Dizia, por exemplo, que a ditadura ajudou a infiltrar os marxistas no Ministério da Educação.
Dizia também que os professores estimulam a pedofilia e incesto.
Resultado: caiu antes de tomar posse.
Reforçando a impressão de sua falta total de bom senso, Ricardo Vélez Rodríguez, deu uma entrevista desastrosa para a revista Veja.
Queria mostrar a importância de implantar aulas de educação moral e cívica nas escolas.
O brasileiro precisa saber, disse, que “há uma lei interior em todos nós”.
Na sua justificativa, ele comentou como se comportariam os brasileiros em viagem pelo Exterior.

” É necessário lembrar que existem contextos sociais diferentes e que as leis dos outros devem ser respeitadas.
O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo.
Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”.

Nesta semana, o ministro provocou mais duas polêmicas.

O Ministério da Educação divulgou uma nota acusando o jornalista Ancelmo Góis, do jornal O Globo, de “ser treinado em marxismo e leninismo” pelo Partido Comunista Soviético

A nota afirma que o ministro  Ricardo Vélez  não aceita  “adotar métodos de manipulação da informação, desaparecimento de pessoas e de objetos que eram próprios de organizações como a KGB”, o serviço secreto da antiga União Soviética.

Motivo: não gostaram de uma nota de Góis mostrando que o MEC estavam tirando do ar vídeos considerados de esquerda. Um texto que estava correto, diga-se, como comprovou depois a Folha de S.Paulo.

Outra polêmica foi com o teólogo Leonardo Boff.

Vélez mandou Boff voltar para a Coreia do Norte, “que é o único lugar em que esse marxismo-leninismo de botequim ainda é consumido”, escreveu.

Boff respondeu que o ministro não é conservador, mas sim “atrasado, no dizer de Sérgio Buarque de Holanda. Nossos alunos/as não merecem esse castigo.