Falta de planejamento financeiro é o maior motivo de inadimplência; dívida com cartão de crédito lidera os atrasos

06/03/2015 07:00 / Atualizado em 18/05/2015 12:20

Crédito da imagem: iStock
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Em média, o consumidor brasileiro inadimplente está com o nome sujo há aproximadamente dois anos, deve para 3,7 diferentes empresas, adquiriu essas dívidas por meio do cartão de crédito e de lojas e tem um débito total de R$ 21.676,00 junto às empresas credoras – já embutidas as multas e as taxas cobradas pelo atraso. Esse valor corresponde a 768% da renda familiar mensal de um consumidor entrevistado na pesquisa, de R$ 2.822,00. Os dados são de uma pesquisa sobre A Recuperação de Crédito no Brasil, encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo Portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz, realizada nas 27 capitais brasileiras entre os dias 1 e 8 de fevereiro.

A pesquisa também detectou um aumento médio de 70% entre o valor inicial da dívida e o valor final dela – depois de dois anos, após a cobrança de multas e juros pelos credores. Os atuais inadimplentes declaram que, em média, a dívida inicialmente custava R$ 12.776,00 (comprometimento de 453% da renda média de R$ 2.822) e que depois das cobranças monetárias passou a custar R$ 21.676,00 (comprometimento de 768% da renda). “Por isso o consumidor inadimplente deve negociar e pagar o que deve o mais rápido possível para que a dívida não se transforme em uma bola de neve”, explica a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Cartões de crédito e de lojas lideram os atrasos

Deixar de pagar a fatura do cartão de crédito é a principal razão apontada por três em cada cinco entrevistados inadimplentes (61%) para ter ficado com o nome sujo, ao lado de atrasos nas parcelas de cartões de loja (51%), no pagamento de empréstimos (31%) e de boletos bancários (37%). Outras razões mencionadas foram os cheques sem fundo (20%), deixar de pagar o cheque especial (18%) e o atraso com parcelas de financiamentos (15%).

Motivo que originou a dívida

Quase a metade dos consumidores entre inadimplentes e ex-inadimplentes (48%) ouvidos na pesquisa afirmam que a falta de planejamento no orçamento pessoal é principal a razão apontada para não pagar as contas. Em seguida, entre as justificativas citadas, vem a perda do emprego (28%), a diminuição da renda (21%), o atraso de salário (17%) e as compras acima do que lhes permitia o orçamento (16%). “A tendência do consumidor, quando decide cortar gastos é diminuir as despesas com vestuário e calçados [39%], lazer [38%], alimentação fora de casa [34%], salão de beleza [21%] e telefonia celular [21%]”, enumera Kawauti.