Iniciativa transforma sobras de restaurante universitário em combustível e fertilizante
Desde dezembro de 2013, as sobras de comida do restaurante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) são transformadas em biogás e fertilizante. A instituição abriga a primeira Plataforma de Metanização de Resíduos Orgânicos (pMethar) do Brasil.
Diariamente, o restaurante gera cerca de 500kg de resíduos de frutas, verduras, arroz, feijão e carne, entre outros alimentos. Tudo é direcionado a uma unidade de triagem, para a retirada de plásticos, metais, vidros e papéis que eventualmente estejam juntos. Depois de as sobras serem trituradas, há a adição de água. Essa mistura, que se assemelha a uma sopa, vai direto para o reator de metanização, também chamado de biodigestor. Nele, uma série de micro-organismos anaeróbios — entre eles, alguns comumente encontrados no estômago do boi — liberam enzimas e se alimentam desse substrato.
O resultado é a produção de biogás, formado por gás carbônico, sulfeto de hidrogênio e, principalmente, metano. À propósito, esse último é o principal componente do gás natural usado como combustível em veículos. No lugar de carros, o biogás produzido na pMethar é usado num motor para a geração de energia elétrica e térmica. A metanização dos 500kg de resíduos orgânicos gera até 160 mil litros de biogás por dia e, agora, a equipe está levantando o potencial energético da plataforma.
“A intenção é usar a energia para a operação da plataforma e injetar o excedente na rede elétrica da Cemig para diminuir a conta de luz da universidade”, afirma o coordenador da pMethar, Carlos Chernicharo, professor associado do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG.
Fonte: Correio Braziliense