Mau uso do cartão de crédito é o principal responsável pela inadimplência do consumidor brasileiro
Um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais revela que quatro em cada dez (45%) brasileiros inadimplentes não têm condições financeiras de pagar suas dívidas atrasadas em um intervalo de até três meses.
Quando indagados sobre os principais empecilhos para realizarem o pagamento dos débitos, a maioria dos consumidores (52%) justifica que a dívida contraída é muito superior aos seus ganhos mensais, mas há também aqueles que relutam em incorporar hábitos de economia no dia a dia, como deixar de consumir produtos que gostam (23%).
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“A resistência em cortar despesas e em mudar o padrão de consumo, abrindo mão de pequenos prazeres, são alguns dos erros mais comuns para quem precisa sair do vermelho. O dado revela um comportamento imprudente e de alto risco para as finanças”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O mau uso do chamado ‘dinheiro de plástico’ é o principal responsável pela inadimplência do consumidor brasileiro. As parcelas a pagar no cartão de crédito, citadas por 42% dos inadimplentes, ao lado das parcelas no cartão de lojas (41%), são as contas que mais resultaram na inclusão do nome em instituições de proteção ao crédito.
“Para quem sabe utilizar com prudência, o cartão de crédito pode ser um grande aliado porque traz conveniência e segurança. O grande erro é não quitar o valor integral da fatura e cair no efeito bola de neve do rotativo”, afirma a economista Marcela Kawauti.
Os empréstimos junto aos bancos e financeiras (25%), as contas de telefone (11%), a utilização do cheque especial (10%) e as parcelas a pagar no carnê, boleto ou cheque pré-datado (10%) completam o ranking dos atrasos que motivaram a inadimplência. Para as mulheres, o atraso das faturas do cartão de loja é o que mais se destaca na comparação com os homens (46% contra 33%), enquanto entre a parcela masculina de entrevistados, o destaque é o não pagamento de empréstimos em bancos e financeiras (32% contra 20% das mulheres).
O levantamento concluiu também que o desemprego ultrapassou a falta de planejamento financeiro como o principal motivo da inadimplência. Neste ano, 33% dos consumidores com contas em atraso citaram a perda do emprego como causa dos atrasos – no ano passado eram 24%.