Parcelar compras pode motivar consumo compulsivo

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Na hora das compras, o consumidor tem às mãos ferramentas que podem tanto beneficiar quanto causar sérios problemas ao seu bolso. É o caso das compras a prazo, que dividem o valor total em parcelas, com ou sem juros. Uma pesquisa nacional realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz investigou o comportamento dos brasileiros relacionado ao parcelamento de compras e identificou que 79% costumam utilizar essa forma de pagamento.

Entre os produtos mais comprados dessa maneira estão as roupas (32%) e os eletrônicos (28%). Um dado importante observado é que quase metade dos entrevistados (46%) não tem medo de longos parcelamentos, inclusive consideram uma vantagem.

Crédito pode levar às compras por impulso

Um em cada quatro consumidores ouvidos na pesquisa (28%) consideram ruim a hipótese de não ter a possibilidade de parcelar suas compras. Destes, 64% afirmam que o crédito é a única forma de comprar os bens que desejam, e 29% acreditam que não conseguiriam mais fechar as contas do mês, pois sempre recorrem ao parcelamento ou a empréstimos para conseguir comprar tudo e
pagar as contas que precisam.

Porém, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, alerta que nem sempre o consumidor é capaz de pensar nos desdobramentos a longo prazo e que podem resultar em mais juros a pagar. “O crédito pode tornar-se um problema, devido à perda da noção dos gastos e compras por impulso, e até mesmo gerar um descontrole das compras e uma consequente inadimplência”, diz.

Segundo a especialista, o consumidor geralmente está em busca da parcela que cabe no bolso, e nem sempre é capaz de avaliar o peso dos juros no contexto geral. “Prova desse comportamento é o fato de que foram feitas simulações de compras de diversos produtos de valores diferentes na pesquisa e os entrevistados deveriam escolher o pagamento à vista ou parcelado. Entre os consumidores que preferem o parcelamento, o que pesa na hora da escolha é o valor das prestações, e não o valor final do produto.”