O setor de franquias cresceu 7,6% no primeiro trimestre desse ano em relação ao mesmo período de 2015, segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising). No mesmo período, o PIB brasileiro caiu 5,4%. Uma comparação mostra que, mesmo com a crise econômica, as pessoas estão investindo nesse modelo de negócio.

Acredite ou não, mas uma das razões que explicam o crescimento do setor é a própria recessão. Com o desemprego em alta, as pessoas têm optado por abrir um negócio próprio e o aspirante a empreendedor enxerga mais segurança na franquia, por se tratar de um modelo que já foi testado e que tem uma reputação.

De acordo com a ABF, hoje existem 138 mil pontos de venda, ligados a 1.019 franqueadores associados à entidade. Para seguir crescendo, o setor de franquias oferece diferentes tamanhos e tipos de negócios. Os segmentos com maior crescimento no primeiro trimestre de 2016 foram “acessórios pessoais e calçados”, seguidos por “lavanderia, limpeza e conservação”.

Contudo, abrir uma franquia não é indicado para qualquer pessoa e demanda investimento. O empreendedor não gasta com pesquisa de mercado, mas paga taxa de franquia para comprar a metodologia padronizada e o direito de usar a marca.

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Para ajudar quem está pensando em entrar para a estatística, a consultora jurídica Melitha Prado, especializada em redes de franquia e varejo, elenca o que é essencial analisar antes de se tornar um franqueado:

– Auto-avaliação: eu tenho perfil para ser franqueado?

Segundo a consultora, um franqueado precisa seguir padrões, pagar royalties e trabalhar muito para chegar ao sucesso. Além disso, o papel dele vai além: é preciso ter visão de rede, participar e colaborar com a gestão, e trabalhar não apenas para a sua franquia, mas para o crescimento da marca. Isso significa ser proativo, portador de ideias e sugestões, e pensar com mentalidade de negócio próprio.

– Escolha do segmento: faz mais sucesso quem gosta do que faz

Identifique quais segmentos combinam com seus talentos e aptidões inatas. “Não adianta procurar mercados que lhe tragam desconforto ou frustração. Se você detesta cozinha, uma franquia de alimentação pode se tornar um problema em sua vida”, alerta Prado. A consultora afirma que tem mais sucesso quem gosta do que faz.

– Pesquise as marcas que mais lhe agradam

É indispensável observar a idoneidade da empresa, a notoriedade da marca e o profissionalismo da estrutura organizacional da empresa. De acordo com a especialista, bons e maus franqueadores vendem seu produto da mesma maneira, como se fossem o melhor negócio para o investidor. Cabe ao interessado pesquisar os detalhes da franquia, como por exemplo, se a empresa tem algum processo de ex-franqueados.

– Converse com franqueados e parceiros da rede

Prado ainda sugere que os interessados em comprar um franquia procurem franqueados e ex-franqueados da rede para esclarecer dúvidas. Além disso, a prática de diálogos constantes com a rede de franquia é indispensável para motivar e melhorar o estado psicológico da rede.

– Fique atento com o contrato e, se necessário, peça ajuda a um advogado

O sistema de franquias brasileiro é regido por uma lei específica, a 8.955/94, que determina a obrigatoriedade de alguns documentos jurídicos formais. São eles o registro da marca e a elaboração de Circular de Oferta de Franquia, pré-contrato e contrato – documentos que garantem a segurança na bilateralidade de direitos e obrigações.