Uso de cartão por aproximação requer atenção para evitar golpe

Apesar da comodidade, forma de pagamento exige alguns cuidados do consumidor para se proteger contra golpes

07/11/2022 17:44

Os pagamentos com cartões por aproximação, também chamados de contactless, já se popularizou no Brasil. Nesse tipo de transação, o cliente não precisa inserir o cartão na maquininha de loja, e muito menos digitar a senha no aparelho.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o uso do cartão por aproximação cresceu 384%. Uma em cada quatro compras presenciais feitas com cartões de crédito atualmente é por meio de aproximação. A expectativa do setor é que, até o fim do ano, metade das transações presenciais seja realizada com o uso desta tecnologia.

Uma em cada quatro compras presenciais feitas com cartões de crédito é por meio de aproximação
Uma em cada quatro compras presenciais feitas com cartões de crédito é por meio de aproximação - Divulgação

A nova modalidade torna as compras do consumidor mais rápidas e confortáveis, já que em algumas situações sequer há a necessidade de retirar o cartão de dentro da carteira para que a ‘maquininha’ identifique a transação, bastando apenas aproximá-la para que a compra seja concluída.

Cuidado com os golpes com cartão por aproximação

De acordo com o advogado Bruno Prado Guedes de Azevedo, especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, do escritório Maia Sociedade de Advogados, essa comodidade tem despertado o interesse de golpistas.

“Eles aproveitam da desnecessidade de senha e da simples aproximação para aplicar um novo golpe. Aquele no qual, enquanto o consumidor permanece distraído, o golpista aproxima uma máquina de cartão do bolso ou da bolsa do consumidor desatento para realizar transações sem que ele perceba”, explica.

Entretanto, segundo o especialista, existem medidas que dificultam a aplicação desse golpe e que podem ser adotadas por qualquer portador desses novos cartões. A primeira é desativar a opção de pagamento por aproximação junto ao banco. Na maioria das vezes, essa configuração pode ser feita pelo aplicativo de celular do banco ou, então, nas próprias agências bancárias.

“Caso o consumidor queira manter essa função ativa, então é importante criar algumas barreiras que dificultem a atuação dos golpistas. E a primeira, é limitar junto ao banco a quantia que pode ser paga sem a necessidade de digitação de senha. Isso reduz o prejuízo daqueles que forem pegos no golpe”, orienta o advogado.

Outra opção é criar barreiras de proteção no cartão. Guardando-o sempre à vista ou em locais em que a tática não possa ser realizada sem que o consumidor perceba. Assim, evitar deixar o cartão no bolso traseiro da calça, por exemplo, torna-se uma opção eficaz. “Uma alternativa também é a aquisição de pequenas capas de proteção para o cartão, que prometem criar uma barreira, bloqueando o sinal dos cartões, que impede a funcionalidade da opção por aproximação enquanto estiverem nelas guardados”.

Caiu no golpe?

A primeira recomendação às vítimas é entrar em contato imediatamente com o banco para registrar a reclamação, abrir uma contestação sobre a transação, e, na sequência, registrar o fato por meio de um boletim de ocorrência.

“Dependendo da situação e da resposta do banco sobre a fraude sofrida, é possível ainda levar a discussão ao poder judiciário quando o consumidor poderá demandar da instituição financeira a reparação pelo prejuízo sofrido quando for possível imputar-lhes responsabilidade pela falha de segurança”, explica o advogado.

Em alguns casos, a instituição financeira tem sido condenada a restituir o prejuízo de seus consumidores, vítimas da fraude. Por esta razão, a consulta a um advogado é sempre recomendada.