Uso de cartão por aproximação requer atenção para evitar golpe
Apesar da comodidade, forma de pagamento exige alguns cuidados do consumidor para se proteger contra golpes
Os pagamentos com cartões por aproximação, também chamados de contactless, já se popularizou no Brasil. Nesse tipo de transação, o cliente não precisa inserir o cartão na maquininha de loja, e muito menos digitar a senha no aparelho.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o uso do cartão por aproximação cresceu 384%. Uma em cada quatro compras presenciais feitas com cartões de crédito atualmente é por meio de aproximação. A expectativa do setor é que, até o fim do ano, metade das transações presenciais seja realizada com o uso desta tecnologia.
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A nova modalidade torna as compras do consumidor mais rápidas e confortáveis, já que em algumas situações sequer há a necessidade de retirar o cartão de dentro da carteira para que a ‘maquininha’ identifique a transação, bastando apenas aproximá-la para que a compra seja concluída.
Cuidado com os golpes com cartão por aproximação
De acordo com o advogado Bruno Prado Guedes de Azevedo, especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, do escritório Maia Sociedade de Advogados, essa comodidade tem despertado o interesse de golpistas.
“Eles aproveitam da desnecessidade de senha e da simples aproximação para aplicar um novo golpe. Aquele no qual, enquanto o consumidor permanece distraído, o golpista aproxima uma máquina de cartão do bolso ou da bolsa do consumidor desatento para realizar transações sem que ele perceba”, explica.
Entretanto, segundo o especialista, existem medidas que dificultam a aplicação desse golpe e que podem ser adotadas por qualquer portador desses novos cartões. A primeira é desativar a opção de pagamento por aproximação junto ao banco. Na maioria das vezes, essa configuração pode ser feita pelo aplicativo de celular do banco ou, então, nas próprias agências bancárias.
“Caso o consumidor queira manter essa função ativa, então é importante criar algumas barreiras que dificultem a atuação dos golpistas. E a primeira, é limitar junto ao banco a quantia que pode ser paga sem a necessidade de digitação de senha. Isso reduz o prejuízo daqueles que forem pegos no golpe”, orienta o advogado.
Outra opção é criar barreiras de proteção no cartão. Guardando-o sempre à vista ou em locais em que a tática não possa ser realizada sem que o consumidor perceba. Assim, evitar deixar o cartão no bolso traseiro da calça, por exemplo, torna-se uma opção eficaz. “Uma alternativa também é a aquisição de pequenas capas de proteção para o cartão, que prometem criar uma barreira, bloqueando o sinal dos cartões, que impede a funcionalidade da opção por aproximação enquanto estiverem nelas guardados”.
Caiu no golpe?
A primeira recomendação às vítimas é entrar em contato imediatamente com o banco para registrar a reclamação, abrir uma contestação sobre a transação, e, na sequência, registrar o fato por meio de um boletim de ocorrência.
“Dependendo da situação e da resposta do banco sobre a fraude sofrida, é possível ainda levar a discussão ao poder judiciário quando o consumidor poderá demandar da instituição financeira a reparação pelo prejuízo sofrido quando for possível imputar-lhes responsabilidade pela falha de segurança”, explica o advogado.
Em alguns casos, a instituição financeira tem sido condenada a restituir o prejuízo de seus consumidores, vítimas da fraude. Por esta razão, a consulta a um advogado é sempre recomendada.