O site Tudo Sobre Todos, está no ar desde o começo de junho e, desde então, vem causando muita polêmica, pois divulga informações pessoais de brasileiros. Até alguns dias atrás, bastava digitar o nome completo da pessoa para aparecerem informações como CPF, endereço e até mesmo nomes de vizinhos. Nos últimos dias, o site foi alterado e agora só divulga o nome e o CEP, no entanto, dá a opção de venda das informações completas com compra de créditos.

Como se trata de um site ilegal, seus criadores tentam burlar as formas de serem identificados e localizados vendendo os créditos apenas por bitcoins, a moeda virtual que não tem como ser rastreada por não utilizar bancos. O site vende cada informação por 0,001 bitcoin que equivale a aproximadamente R$1.

A página está sendo alvo de muitas reclamações na internet, com cidadãos preocupados sobre a origem da divulgação e com os usos que podem ser feitos desses dados. A movimentação deu origem a uma petição pública para que seja retirado do ar. Até hoje, dia 31, o abaixo-assinado possui quase 50 mil assinaturas.

Em São Paulo, o Ministério Público Federal iniciou uma investigação sobre o site, segundo o procurador de Justiça do Conselho Superior do MP de SP Mario Luiz Sarrubbo. O MPF informou que o assunto está em análise. “Não há maiores informações a serem divulgadas por enquanto”, disse em nota.

Existem empresas autorizadas a liberar dados pessoais

Diferente de sites irregulares como o “Tudo Sobre Todos” e o “Nomes Brasil”, que foi retirado do ar em maio, existem empresas especializadas em fornecer informações sobre consumidores, e que possuem regularização para essa ação.

Esse serviço é utilizado por empresas de concessão de crédito, por exemplo, que pesquisam a vida pregressa do consumidor para saber se ele é “bom pagador” ou não antes de aprovar empréstimos.

Mas, afinal, como se proteger dessa divulgação irregular? Veja algumas dicas para evitar prejuízos para você, consumidor:

1) Fique atento ao preenchimento de cadastros! Quando for passar seus dados a uma empresa, se limite a passar somente as informações relacionadas ao serviço contratado. É bom saber que, a partir disso, a empresa é responsável pela segurança desses dados.

2) Se for vítima de fraude, procure a empresa que vendeu o serviço ou produto ao golpista.Com dados pessoais de terceiros em mãos, um golpista pode fazer a compra de um produto e deixar o prejuízo para a vítima que teve seus dados divulgados indevidamente.

3) Empresa que deixou os dados vazarem também pode ser acionada. “A partir de momento que a empresa recebe esses dados, tem que ser a protetora dessas informações”, diz Bruno Boris, professor de direito do consumidor. “Quando você adquire um contrato de consumo de TV a cabo, por exemplo, a concessionária pede para preencher com seus dados pessoais. Você já está passando seus dados para a empresa, e ela só pode comercializar esses seus dados se tiver autorização. Se não houver autorização, ela obviamente pode utilizá-los, mas não pode comercializar ou ceder para outra empresa a título gratuito ou oneroso”, completa.

4) Denuncie aqui.

Com informações do Reclame Aqui.