Você é um comprador compulsivo? Descubra aqui!

Não resistir a um sapato em promoção ou comprar uma bolsa nova sem avaliar se terá dinheiro para pagar, muitas vezes são apenas pequenos deslizes, mas em alguns casos, isso também pode ser indício de um problema bem grande chamado oniomania ou transtorno do comprar compulsivo.

Você pode até nunca ter ouvido falar no tal transtorno de nome esquisito, mas muita gente sofre deste mal. Para se ter uma ideia, de acordo com o Instituto de Psicologia da USP, três em cada 100 brasileiros são compradores compulsivos.

“Comprar é um ato prazeroso para todos nós, mas para quem tem compulsão, a compra se torna repetitiva a ponto de que fique impossível perceber que a vida possui outras fontes de prazer”, explica a psicóloga Tatiana Zambrano Filomensky, coordenadora do grupo de tratamento a compradores compulsivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

O transtorno, que pode se manifestar na vida das pessoas em momentos de tristeza, ansiedade, desilusão amorosa, entre outras coisas, é utilizado como uma grande válvula de escape. Com objetivo de elevar a autoestima ou esquecer de alguns problemas de âmbito pessoal ou profissional, os compulsivos gastam mais do que podem com objetos supérfluos e bagunçam suas vidas financeiras até que não consigam mais cumprir com o pagamento de coisas imprescindíveis, tais como o financiamento imobiliário, a parcela do carro, o plano de saúde, etc.

“As pessoas que têm o problema demoram a perceber, pois num primeiro momento o descontrole do consumo é encarado como parte do processo de amadurecimento”, diz Tatiana.

Além de enfrentar todos os problemas financeiros que esta compulsão acarreta em suas vidas, uma pessoa que sofre de oniomania ainda precisa lidar com a desconfiança de quem convive com ela, pois a maioria não acredita que se trata de uma doença, mas sim falta de caráter”, explica a psicóloga.

Segundo Tatiana, a maior parte das pessoas que procura ajuda são mulheres: “Elas chegam com as relações pessoais aos pedaços, ou com casamentos desfeitos ou com relacionamentos prestes a acabar”, diz.

A psicóloga ainda diz que a melhor maneira de conseguir satisfação real comprando é quando a compra é feita de maneira consciente: “Compras planejadas transformam a felicidade em uma sensação duradoura, já as compras por impulso tendem a deixar sensação de culpa e de arrependimento”.

Quando não tratada com acompanhamento psicológico adequado, a oniomania pode causar grandes danos à vida pessoal e profissional e, infelizmente, na grande maioria dos casos, a pessoa que apresenta este transtorno só procura ajuda quando já perdeu tudo. Mas antes que você comece a entrar em pânico e ligue para agendar a terapia, veja abaixo os sintomas que podem indicar o problema:

– Compra para aliviar frustrações;

– Compra tudo o que tem vontade sem se importar se poderá pagar;

– Se sente feliz e excitado ao realizar uma compra, mas oscila para uma sensação de culpa após pouquíssimo tempo;

– Mente sobre coisas adquiridas para pessoas próximas “Nossa, isso é velho!”

– Diminui o valor gasto dizendo sempre ter pago menos do que realmente pagou;

– Não conta a ninguém sobre seus problemas financeiros e segue comprando como se tudo estivesse na mais perfeita ordem;

– Não avalia a consequência dos gastos a longo prazo;

– Não é incomum possuir um armário abarrotado de roupas e sapatos que nunca usou, ainda com as etiquetas;

– Ao longo do tempo percebe que o número de compras aumenta para gerar o mesma de satisfação de antes.

Grupos de ajuda

– Devedores Anônimos – o grupo existe em várias cidades do Brasil. Em São Paulo, você pode adquirir mais informações através do site:
www.devedoresanonimos-sp.com.br/site/

– Ambulatório Integrados dos Transtornos Compulsivos (AMITI) – Fica em São Paulo e você pode entrar em contato pelo telefone 11-2661-7805 ou através do site:
www.amiti.com.br