10 escritores brasileiros que você precisa conhecer e começar a ler na quarentena
Se você está disposto a conhecer novos autores e autoras do Brasil e explorar diferentes narrativas e universos, então essa lista veio em boa hora!
“Falamos em ler e pensamos apenas nos livros, nos textos escritos. O senso comum diz que lemos apenas palavras. Mas a ideia de leitura aplica-se a um vasto universo. Nós lemos emoções nos rostos, lemos os sinais climáticos nas nuvens, lemos o chão, lemos o mundo, lemos a vida. Tudo pode ser página“, disse* uma vez o escritor moçambicano Mia Couto. E nos tempos em que vivemos — isolamento e pandemia do coronavírus lá fora — ler ganha ainda mais essa proporção mágica que vai muito além do físico.
Também recorro a Drummond que escreveu “que a vida tem dessas exigências brutas” e, talvez, seja na literatura que possamos encontrar o conforto, a inquietação, a cura, até mesmo o caos, para alimentar a mente com conhecimento nesse período. Se você está disposto a conhecer novos autores e autoras do Brasil e explorar diferentes narrativas e universos, então essa lista veio em boa hora!
Confira abaixo escritores brasileiros que você precisa começar a ler na quarentena:
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1. Conceição Evaristo
Romancista, poeta e contista, Conceição Evaristo é um grande expoente da literatura contemporânea. Já foi homenageada como Personalidade Literária do Ano pelo Prêmio Jabuti 2019 e vencedora do Prêmio Jabuti 2015. Em suas obras, que misturam realidade e ficção, o elemento principal é a vivência das mulheres negras, em textos profundos que denunciam as desigualdades raciais e também enaltecem a ancestralidade da negritude brasileira.
Obra que indicamos: “Olhos d’água” (2014)
2. Marcelo D’Salete
O ilustrador, quadrinista e professor Marcelo D’Salete leva ao mundo dos quadrinhos uma perspectiva negra, indígena e periférica da história do Brasil. Em 2018, ele foi vencedor do Eisner Awards, a mais importante premiação de HQs do mundo, por seu livro “Cumbe”, que aborda o período colonial e a resistência negra contra a escravidão. “Angola Janga” também é uma de suas publicações aclamadas.
Obra que indicamos: “Cumbe” (2014)
3. Jarid Arraes
Escritora, poeta e cordelista de Juazeiro do Norte, na região do Cariri (CE), Jarid foi vencedora do prêmio APCA em Literatura na categoria “conto” com seu livro “Redemoinho em Dia Quente”. Referência na escrita sobre feminismo no país, a jovem autora também assina o “Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”, onde conta a história de mulheres negras que fizeram a história do Brasil.
Obra que indicamos: “Redemoinho em Dia Quente” (2019)
4. Aline Bei
Formada em letras pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e em Artes Cênicas pelo Teatro Escola Célia-Helena, a autora chamou a atenção ao publicar seu primeiro romance, “O Peso do Pássaro Morto”. A obra, que conta a história de uma mulher dos 8 aos 52 anos, numa trajetória marcada por perdas, recebeu o Prêmio São Paulo de Literatura na categoria estreantes com menos de 40 anos.
Obra que indicamos: “O Peso do Pássaro Morto” (2017)
5. Sérgio Vaz
O poeta da periferia. Se você não o leu, precisa ler já! Morador do Taboão da Serra (SP), o escritor é também agitador cultural nas quebradas. Por exemplo, é um dos criadores do Sarau da Cooperifa, movimento que transformou um bar da periferia da zona sul de São Paulo em um centro cultural. Sérgio Vaz é autor de oito livros, entre os quais “Subindo a Ladeira Mora a Noite”, “Colecionador de Pedras”, “Literatura, Pão e Poesia” e “Flores de Alvenaria”.
Obra que indicamos: “Literatura, Pão e Poesia”(2011)
6. Amara Moira
A escritora e professora de literatura quebra qualquer padrão literário, moral e social em “E Se Eu Fosse Puta”, lançado em 2016. O livro é composto por 44 textos, entre crônicas e poemas, publicados originalmente em blog e escritos a partir das experiências da autora com a prostituição e de outras colegas na profissão. Em 2017, ela também contribuiu em “Vidas Trans: a Coragem de Existir”, em co-autoria com João W. Nery, Márcia Rocha e T. Brant.
Obra que indicamos: “E Se Eu Fosse Puta”(2016)
7. Luz Ribeiro
Para lidar com o racismo e a exclusão, Luz Ribeiro começou a escrever versos sobre seu cotidiano, em papéis que depois queimava. Nascida na periferia da zona sul de São Paulo, a poeta venceu o Slam BR de 2016 e representou o Brasil na 11ª edição da Copa do Mundo de Slam, em Paris, em 2017. Integrante dos coletivos Poetas Ambulantes, Slam do 13 e Legítima Defesa, a autora publicou os livros “Eterno Contínuo” e “Estanca e Espanca”.
Obra que indicamos: “Eterno Contínuo” (2013)
8. Ana Martins Marques
A poeta mineira, nascida em 1977, já iniciou sua carreira recebendo prêmios literários: seu primeiro livro, “A Vida Submarina”, reúne poemas vencedores do Prêmio Cidade de Belo Horizonte em 2007 e 2008. Depois, com seu segundo livro, “Da Arte das Armadilhas”, foi vencedora do Prêmio Biblioteca Nacional de Literatura. De um lirismo único, a poesia de Ana Martins Marques reflete sobre a vida e os espaços.
Obra que indicamos: “O Livro das Semelhanças” (2015)
9. Mariana Felix
As poesias, crônicas e dissertações de Mariana Felix são sobre o empoderamento feminino, a emancipação da mulher negra, amor, política e suas relações com a cidade. Além de três publicações independentes, “Mania”, “Vício” e “Abstinência”, a autora publicou também dois zines: “Só se For uma Rapidinha” (2015), somente com poesias curtas, e “Gavetas” (2016) recheado de versos livres de amor.
Obra que indicamos: “Abstinência” (2019)
10. Michel Yakini
Escritor, produtor cultural e arte-educador, Michel Yakini publicou “Acorde um Verso”, “Crônicas de um Peladeiro” e o romance “Amanhã Quero ser Vento”, indicado pelo Suplemento Pernambuco como um dos melhores lançamentos literários de 2018. Neste livro, ele conta a história de Manandí, que rompe com as amarras de sua vida familiar em uma pequena cidade e parte para a metrópole. Texto arrojado e sensível, que trata também de temas como machismo, homofobia, prostituição, drogas, violência contra as mulheres e as populações periféricas.
Obra que indicamos: “Amanhã Quero Ser Vento” (2018)
*trecho citado por Mia Couto pode ser encontrado na coletânea “E Se Obama Fosse Africano?”.